segunda-feira, 11 de junho de 2012

De caras pintadas



Há vinte anos, manifestantes invadiam as ruas de todo o país pedindo o impeachment do presidente Fernando Collor, em sua maioria o movimento era liderado por estudantes secundaristas e universitários. As manifestações tiveram muita repercussão no cenário político e na imprensa, forçando assim a renuncia do presidente.
Hoje, o ex-presidente é senador pelo estado de Alagoas, o que mostra que a memória dos brasileiros não é tão boa assim. Pode até parecer que o esforço feito pelos estudantes há duas décadas foi em vão, mas não foi; a geração da década 1990, que parecia perdida, foi às ruas, lutou pelos seus ideais e conquistou seu espaço na história das revoluções populares feitas no Brasil.
No século XXI os métodos são diferentes, a internet invadiu a casa de milhares de brasileiros e hoje esse é melhor meio que há para se informar e opinar. Existem vários movimentos contra racismo, homofobia, corrupção; marchas são organizadas a favor dos diretos coletivos, só nós restar procurar melhor o que curtir.
Os caras pintadas, que hoje são pais e mães de família, deixaram uma grande lição. podemos e devemos lutar pelo o que é justo, na década que for, a geração que for, enquanto existir jovens pensantes nesse país, a esperança de um mundo melhor continuará viva. 
Agora cabe a nós, de caras pintadas ou não, tirar do poder os Collors que continuam a nos roubar.

Dennison Vasconcelos.

Sobre os valores no capitalismo

 
  Os valores de uma sociedade são ideologias seguidas pelos indivíduos dessa sociedade,em sua maioria.Sem dúvidas analisar os valores é fundamental para  a explicação de uma sociedade.Não é diferente no mundo atual.Muitos fenômenos podem ser explicados ao se analisar os valores de nossa sociedade.

   Dentro da sociedade capitalista, sempre estamos sendo influenciados a adquirir bens, como se consumir fosse preencher um vazio dentro de nós e nos faria alcançar a verdadeira felicidade. Isso ocorre por causa de um valor capitalista presente em nossa consciência: o consumismo. Esse valor nos manipula de uma forma a nos fazer achar que a base da felicidade está na quantidade de coisas que temos, deixando uma eterna necessidade de consumo na mente dos indivíduos,como se só fossem ser felizes quando comprassem todos os novos produtos lançados no mercado.Já que nem sempre podemos comprar o que queremos,ficamos com um vazio dentro de nós,uma eterna sensação de frustração,como se sempre faltasse algo. Logo, o consumo que deveria ser a base da felicidade(segundo o consumismo) acaba contribuindo para a tristeza.

   Outro valor extremamente presente em nossa sociedade é o individualismo. Estamos sempre ouvindo frases como "estude para vencer na vida",nos dizendo que nosso sucesso depende apenas de nós mesmos, como se houvesse oportunidades para todas as pessoas, sem importar a condição social ou financeira. Infelizmente não há oportunidade para todos (no mercado de trabalho o capitalismo sempre tem uma oferta de trabalhadores maior que a demanda,pois hoje temos uma população muito grande e uma mecanização do trabalho muito avançada) e os que não conseguem um bom emprego ou até mesmo não conseguem um emprego são vistos como fracassados. O individualismo sempre leva a uma definição dos indivíduos como "fracassados" ou "bem-sucedidos" (sendo que os fracassados são sempre o maior número) levando a uma intensa estratificação social, não só pela condição econômica, mas também pela visão que as pessoas (influenciadas pelos individualismo) terão de um indivíduo, como superior ou inferior, de acordo com a quantidade de bens que ele tem.

   E essa valorização do indivíduo de acordo da quantidade bens que o mesmo tem ocorre por causa de outro valor importante dentro da sociedade capitalista: o materialismo. Já ouviram aquela frase "você é o que você tem"? É exatamente o que ocorre dentro da sociedade capitalista. A coisa deixa existir em função do homem para o homem viver em função da coisa. Como diria Marx "A valorização do mundo das coisas aumenta em proporção direta com a desvalorização do mundo dos homens". O materialismo exacerbado de nossa sociedade desvaloriza de tal modo o indivíduo, que hoje 1 bilhão de pessoas morrem de fome por ano, 100 milhões de pessoas moram nas ruas no mundo, enquanto 1% da população mundial concentra 40% das riquezas concentradas em suas mãos. E com o que nós nos preocupamos? Com o próximo carro que vamos comprar.

   Os valores criados pelo capitalismo estimulam os indivíduos a sustentar os fenomênos de pobreza e desigualdade exacerbadas criadas por esse sistema. Da mesma forma que os valores capitalistas sustentam esse sistema, uma mudança drástica nesses valores poderia derrubá-lo.Logo,cabe a nós revolucionários revolucionar nossos valores antes de nosso sistema.




 

 

domingo, 8 de abril de 2012

Sobre democracia representativa e democracia participativa

    Democracia representativa:o sistema político que é vendido para nós hoje como o mais viável para seguirmos com a civilização.Na opinião da maioria das pessoas a representatividade é a melhor forma de colocar as vontades do povo dentro da sociedade.Mas,será que essa afirmação é verdadeira?

   Nesse sistema político,há uma probabilidade muito grande de haver corrupções.Pense bem,se apenas um grupo de pessoas comanda um país é muito mais fácil comprá-las,suborná-las.Principalmente quando a relação entre subornador e subornado está entre os próprios políticos,como acontece muitas vezes.

   Muitos pensam que a corrupção do sistema só acontece no Brasil.Mas essa é uma falsa afirmação.A corrupção está presente em todos os países que adotam a democracia representativa como sistema político vigente,a diferença é que no Brasil a corrupção acontece em um nível bem maior do que a média mundial.

   A representatividade nunca alcançou o maior ideal da democracia que seria um governo pelo povo.Afinal,nenhum de nós teve o mínimo de participação em qualquer projeto votado pelos políticos,tornando assim a representatividade não um governo pelo povo,mas o governo de uma parte da população não sendo portanto uma verdadeira democracia.

   A democracia real não seria a eleição de representantes,mas sim de idéias,onde todos os cidadãos teriam influência sobre o que aconteceria na sua cidade,estado ou país.

   Mas aí você pode estar se perguntando:Como com a quantidade imensa da população atualmente,todos poderiam se reunirem para votar e debater sobre a algum projeto? Com a internet ficou muito mais fácil o acontecimento de uma democracia real,pois todas as pessoas estão ligadas,não havendo barreiras que impediam o debate e as eleições diretas.

   Concluo,portanto,que podemos com a tecnologia atual ter como sistema político uma democracia participativa ao invés de uma representativa.Afinal,por que deixaríamos alguém nos governar,se nós mesmos podemos nos governar?Pense sobre isso!


Por:Lucas Rodrigues da Silva

 

 

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Sobre sustentabilidade

    Virou moda ser  sustentável.Agora todo mundo aderiu a essa ideologia e se diz consciente de que precisamos fazer a nossa parte para a manutenção da vida no planeta.Várias grandes empresas já aderiram ao marketing verde,dizendo que estão ajudando em algo,com frases do tipo:"Para cada camisa que você compra com a gente uma área de 100 metros é reflorestada ".Mas será que isso é realmente ser sustentável para com o planeta?

    Antes de tudo precisamos saber o que é ser sustentável.Sustentável vem de sustentar,ou seja conservar,manter.Quando falamos da manutenção da vida em um planeta a forma mais viável de "ser sustentável" é consumir o necessário para manter a vida no presente,sem afetar a capacidade de consumo para a manutenção da vida no futuro.

   E se tratando de capitalismo é uma atitude totalmente hipócrita de uma empresa que com certeza quer que você compre os produtos dela,falar que é sustentável,pois para cada produto comprado,mais recursos naturais foram consumidos.E é totalmente hipócrita para qualquer pessoa se dizer sustentável se todo dia compra qualquer porcaria na rua,ou se não espera mais para comprar um carro novo,ou se não vê a hora de poder comprar um novo celular.Não importa se qualquer um desses produtos é de uma loja que se diz sustentável ou se 100 árvores foram plantadas depois de sua produção.O que importa é que mais recursos naturais foram usados na produção de todas essas porcarias,que provavelmente irão para o lixo em no máximo 2 anos.

   Se o mundo realmente quiser ser sustentável não temos que consumir produtos sustentáveis,mas sim consumir menos e consumir coisas que vão durar bastante tempo até terem que ser trocadas,diferente do que fazemos hoje com a obsolência planejada(por obsolência planejada entende-se o projetamento dos produtos para estragarem em uma certa quantidade de tempo,assim obrigando o consumidor a comprar outro) .Assim menos recursos naturais serão gastos e todos estariam contribuindo para a manutenção da vida no planeta.

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

''Tolstoi, Um Grande Artista''. De Lênin.

  ''Morreu Leon Tolstoi. Sua importância mundial como artista e sua popularidade universal como pensador e pregador refletem, a seu modo, a importância mundial da revolução russa.

  Leon Tolstoi se manifestou como um grande artista desde os tempos do regime da servidão. Em várias obras geniais, escritas por ele no transcurso dos longos cinquenta anos em que se prolongou a sua atividade literária, pintou de preferência a velha Rússia anterior à revolução, que depois de 1861 ficou em um regime de semisservidão; pintou a Rússia aldeã, a Rússia do latifundiário e o camponês. Ao pintar esse período da vida histórica da Rússia, Leon Tolstoi soube apresentar tantas questões fundamentais em seus escritos, alcançou em sua arte tão grande força, que suas obras figuram entre as melhores da literatura mundial.

  A época em que se preparava a revolução em um dos países oprimidos pelos senhores feudais foi, graças à forma genial com que Tolstoi a tratou, um passo adiante no desenvolvimento artístico de toda a humanidade.

  Como artista, somente uma minoria insignificante o conhece na Rússia. Para fazer efetivamente suas grandes obras patrimônio de todos, há que lutar contra o regime social que condenou milhões e milhões de seres à ignorância, ao embrutecimento, a um trabalho próprio de condenados e à miséria; há que fazer a revolução socialista.

  Tolstoi não só escreveu obras literárias que sempre serão apreciadas e lidas pelas massas quando estas criem para si condições de vida humana, derrubando a opressão dos latifundiários e dos capitalistas; ele soube também descrever com força admirável o estado de ânimo das grandes massas subjugadas pela ordem de coisas desse tempo, soube também pintar sua situação e expressar os seus sentimentos espontâneos de protesto e indignação. Tostói que pertenceu, principalmente, à época de 1861 a 1904, refletiu com assombroso realce em suas obras – como artista e como pregador – as características da especificidade histórica de toda a primeira revolução russa, sua força e sua debilidade...

  Olhem com atenção o que dizem de Tolstoi os jornais do governo. Choram lágrimas de crocodilo assegurando que têm em alta estima o “grande escritor”; mas, ao mesmo tempo, defendem o “santíssimo” sínodo. E os santíssimos padres acabam de cometer uma canalhice das mais imundas, enviando seus popes à cabeceira do moribundo, para enganar o povo e dizer que Tolstoi se “arrependeu”. Antes, o santíssimo sínodo havia excomungado Tolstoi.

  Prestem atenção no que dizem de Tolstoi os jornais liberais. Eles se apressam com estas frases ocas, oficial-liberalescas, batidas e professorais sobre “a voz da humanidade civilizada”, “o eco unânime do mundo”, “as ideias da verdade e do bem”, etc. etc., pelas razões que Tolstoi castigava com tanta força e tanta razão contra a ciência burguesa. Os jornais liberais não podem dizer clara e concretamente o que pensam das idéias de Tolstoi sobre o Estado, a Igreja, a propriedade privada da terra e o capitalismo. Isso não porque a censura os atrapalha – pelo contrário, a censura os ajuda a sair da dificuldade.

  Eles não podem porque cada tese da crítica de Tolstoi é uma bofetada no liberalismo burguês; porque, por si, a valente, franca e implacavelmente dura concepção das questões mais candentes e mais malditas de nossa época por Tolstoi é uma bofetada nas frases estereotipadas, nos batidos subterfúgios e na falsidade escorregadia, “civilizada” de nossa imprensa liberal (e liberal populista).

  Morreu Tolstoi, e se foi o passado da Rússia anterior à revolução, a Rússia cuja debilidade e impotência se expressaram na filosofia do genial artista e vemos refletidas em sua obras. Mas em sua herança há coisas que não pertencem ao passado. Pertencem ao futuro. Essa herança passa às mãos dos proletários da Rússia, que a está estudando. Daí virá a explicação às massas trabalhadoras e exploradas da significação da crítica que Tolstoi fez ao Estado, à Igreja, à propriedade privada da terra; e não o fará para que as massas se limitem à autoperfeição e a suspirar por uma vida santa, mas para que se levantem com o fim de lançar um novo golpe à monarquia czarista e à posse da terra por latifundiários, que em 1905 só foi ligeiramente quebrada e que deve ser destruída. Então se explicará às massas a crítica que Tolstoi fez do capitalismo, mas não o fará para que as massas se limitem a maldizer o capitalismo e o poder do dinheiro, mas para que aprendam a apoiar-se, em cada passo de sua vida e de sua luta, nas conquistas técnicas e sociais do capitalismo, para que aprendam a se agrupar em um exército único de milhões de lutadores socialistas, que derrubarão o capitalismo e criarão uma nova sociedade sem miséria para o povo, sem exploração do homem pelo homem.''


sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Mais sobre a distribuição no comunismo.

  O modelo comunista de produção é antagônico ao modelo capitalista. No primeiro, há produtos, os quais não serão vendidos, comprados ou trocados. No último, existem os produtos, que se tornam mercadoria depois de vendidos. Você deve estar se perguntando: o que acontece com os produtos no comunismo?
  
  Como dito, os produtos não serão trocados uns pelos outros, nem vendidos e comprados. A produção não é feita para o mercado, e sim para as necessidades. Portanto, os produtos devem ser destinados a pequenos armazéns comunais e, de lá, serão entregues a quem precisa deles.

  Desse modo, o dinheiro não faz falta. Mas temos a necessidade da organização dessa distribuição - caso contrário, um tomará mais e outro tomará menos. Tal organização só será necessária, talvez, nos primeiros quinze anos da sociedade comunista. Depois de determinado tempo, tudo isso será desnecessário, pois é esperada das pessoas a plena consciência, tal que só tomem para si o que é altamente necessário e, pensando no bem comum, deixem o demais para os outros. E ninguém pensará em vender o supérfluo, já que se pode pegar o necessário nos armazéns.

  Tudo será abundante e teremos o necessário para todos. Desde que todos se empenhem, juntamente, em trabalhar para a sociedade, tiramos do trabalho o bem-viver de toda uma nação. E, na ausência de riqueza, também não se presenciará a pobreza. Primeiramente, os produtos, por um curto período de tempo, serão distribuídos de acordo com o trabalho feito, para depois serem distribuídos de acordo com a necessidade geral dos membros da comunidade.

  Mas há um dilema: se pegarmos todo o produzido e distribuirmos, a produção permanecerá sempre a mesma, sem melhora. Ficará estagnada. Portanto, parte da produção servirá para o aperfeiçoamento da própria produção.

  Concluímos que, em princípio, os produtos serão distribuídos de acordo com a escala de trabalho, para que, mais tarde, sejam distribuídos de acordo com a necessidade. Mas sempre terá de se retirar um pouco que prestará para a própria produção. E será necessária sempre a organização, para que um não tome mais que o outro.

Por: Uriel Dias de Oliveira