sábado, 31 de dezembro de 2011

Manifesto contra a usina de Belo Monte

   Como muitos já devem saber há um projeto para construir no Pará uma usina hidrelétrica ,que,seria a terceira maior do mundo,chamada Belo Monte.O projeto propõe o barramento do rio Xingu,através de canais que desviariam o leito original do rio.Mas os impactos ambientais que serão causados são muito grandes.Culturas milenares acabariam,junto com uma grande diversidade da fauna e flora da área em que seria construída a usina.                                           

   No projeto,a construção da usina de Belo monte atingiria uma curva do Xingu chamada Volta Grande,mudando totalmente o fluxo natural do rio.Uma área de 100 km quadrados do rio secariam,afetando seriamente a vida da população à sua volta.Uma grande comunidade indígena tem feito da volta grande seu lar a gerações e sentiria impactos gigantescos em suas vidas(não poderão mais contar com a pesca,a água potável,os meios de transporte fornecidos pelo rio).Portanto seriam quase obrigados a deixar suas terras e se deslocar para as cidades,causando um grave aumento da população urbana e consequentemente maior aumento do desemprego e da pobreza nessas cidades,pois disputariam vagas na própria construção de belo monte com moradores locais e migrantes de outros estados.

 As pessoas que não conseguirem emprego usarão de modos ilegais de sobrevivência para se sustentar como a exploração da madeira,da caça,da pecuária ilegal,que são os maiores motivos de desmatamento na Amazônia.

 A região onde residirá a usina é muito rica em fauna e flora.Muitas espécies de animais,alguns que só aparecem naquela região,seriam perdidos.Na área do rio que secaria há uma grande biodiversidade,que também seria perdida com a construção de Belo Monte.

   Uma outra parte do rio subiria com a construção de belo monte,inundando uma grande parte da área urbana(aproximadamente 350 mil Km quadrados),e consequentemente,forçando a população(de 20 a 40 mil pessoas) que reside nesse local a se deslocar de suas terras e ficariam sem nenhuma perspectiva de para onde ir(provavelmente aumentaria as superpopulação nas cidades em volta).
 
   A água parada da usina possibilitaria a reprodução de vários insetos transmissores de doenças,aumentando ainda mais epidemias como a da malária.

   A construção de Belo monte ocasionaria várias formas de poluição.Por exemplo,a decomposição das árvores na área alagada pela usina liberaria uma grande quantidade de gás metano,que contribui muito para o e feito estufa,até mais do que o carbono,a energia gerada por Belo monte seria usada em várias usinas de mineração altamente poluentes,entre outros impactos.

   A construção de belo monte daria carta branca para o governo fazer várias outras hidrelétricas na Amazônia(não só na parte brasileira!), nos próximos 20 anos,represando vários outros rios tão importantes como o xingu,acabando com grande parte da riqueza da fauna,flora e culturas indígenas  pertencente à floresta.


Economicamente,belo monte é muito cara,porém dará lucro à algumas empresas por isso está sendo feita.Se antes de pensarmos na área econômica pensasemos na área social Belo Monte poderias ser substituída por projetos ecologicamente corretos e sustentáveis,como a energia solar,eólica,das marés,das ondas.Mas o principal a ser pensado não só pelo Brasil,mas pelo mundo é o uso da energia geotérmica que poderia fornecer energia renovavel durante,no mínimo 4 mil anos.Mas como sempre no sistema monetário vigente a solução mais eficiente se torna mais cara e não é usada para o bem da sociedade pois não dará lucro.

  Portanto Belo Monte traria muito mais malefícios do que benefícios.A usina não será nada sustentável e traria muitos problemas para a região a sua volta.Mas como tudo tem que dar lucro para ser posto em prática no sistema capitalista não veremos soluções sustentáveis para o problema energético porque não dará lucro a ninguém.Diga não à Belo Monte,diga não ao capitalismo,diga não ao lucro.Diga sim às soluções sustentáveis,digam sim ao bem estar social!









Por:@luc45R0drigues


terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Quot bella? (Quantas guerras?)

Dando aqui o tom lírico do blog, mas não deixando de ter consciência do conteúdo, publico um poema que fiz nas horas vagas(na verdade foi uma composição musical, mas aqui fica como poema). Vou postar a versão original, logo abaixo a tradução.

Quot bella?
Have you ever felt like you were on the hardest way?
Knowing all the traps that someone put once.
For me, it's not okay, down stairs of reality, full of pains and wars.
Can the lies come back?

I’ve wished that I could teleport myself
For the age before the renascence
When all the scientists were burned.
It would be good burn with them
And start my knowledge over again.

Ohh!! I think nobody has stepped on the moon
Tell me if someone knows the Cape of the Storms
Did someone find the new world?
Oh, have they stolen gold out there?
Have they killed someone else?
Tell me ‘bout the iron monsters

Do they scare?


You have many scars
Oh, how many world wars ?
How many guns, how far from home
Have they taken your sleep ?
With fingers pointing and top hats with stars.
Would you make a request ?


I’ve wished that I could teleport myself
For the age before the renascence
When all the scientists were burned.
It would be good burn with them
And start my knowledge over again.

Ohh!! I think nobody has stepped on the moon
Tell me if someone knows the Cape of the Storms
Did someone find the new world ?
Oh, have they stolen gold out there ?
Have they killed someone else ?
Tell me ‘bout the iron monsters
Tell me, do they scare?


Quantas guerras?

Você já sentiu como se estivesse no caminho mais difícil ?
Conhecendo todas as armadilhas que alguém pôs uma vez.
Para mim, não está certo, escadas da realidade, cheias de dores e guerras.
As mentiras podem voltar?

Eu desejei que eu pudesse me teletransportar
Para a era anterior à renascença
Quando todos os cientistas eram queimados.
Seria bom queimar com eles
E começar meu conhecimento novamente.


Oh! Eu acho que ninguém pisou na lua.
Conte-me se alguém conhece o Cabo das Tormentas.
Alguém encontrou o "Novo Mundo"?
Oh, eles roubaram ouro lá fora?
Mataram mais alguém?
Conte-me sobre os monstros de ferro

Eles assustam?


Você tem muitas cicatrizes
Oh, quantas guerras mundiais?
Quantas armas, quão longe de casa
Eles tiraram seu sono?
Com dedos apontando e cartolas com estrelas.
Você faria um pedido?

Eu desejei que eu pudesse me teletransportar
Para a era antes da renascença
Seria bom queimar com eles
E começar meu conhecimento novamente.


Ohh!! Eu acho que ninguém pisou na lua.
Conte-me se alguém conhece o Cabo das Tormentas.
Alguém encontrou o "Novo Mundo"?
Oh, Eles roubaram ouro de lá?
Mataram mais alguém?
Conte-me sobre os monstros de ferro
Conte-me, eles assustam?



Postado por @euadadepressao

Minhas considerações sobre a morte.

  A morte é, para mim, antes de tudo, um nada. Tudo que é bom e tudo que é mal depende de nossas percepções de bem e mal, e a morte é a privação desse sentimento. E, se conhecemos que a morte nada é, torna a nossa prazerosa, antes de ser uma vida efêmera, com um começo, um meio, e um fim, possui pouca duração. E é importante conduzir todas estas etapas da vida com razão e ética, para que se alcance a felicidade.

  Saber que a morte é um nada não modifica nosso tempo de vida, então, não temos muito a perder. Mas, livra-nos do desejo de ser imortal. Quem sabe que nada de terrível existe na ausência da vida, a morte, não há terror nenhum em viver venturosamente.

  E quem diz que não há temor dá morte por causa da pena que ela trará quando chegar mas, porque a sua vinda é dolorosa, desconhece os prazeres da vida; é hipocrisia algo que não traga receio ao acontecer possa nos trazer pena pelo fato de ser esperado.

  E por isso, enquanto os tolos temem a morte, ela é para mim um nada, não só um nada mas, um ponto final de uma existência única, já que não há razão na bizarrice de uma pós-vida, de um céu, de um purgatório, ou de um inferno.

  Enquanto nós existimos, ela não poderá existir, e quando ela passa a existir, não seremos nada além de átomos e células em decomposição, retomando seu lugar na natureza. Portanto, a morte não toca os vivos e nem os mortos, pois para os vivos a morte não existe por hora, e os próprios mortos não existem para a morte.

  É verdade que a morte é dada como o grande, último e maior, male por grande massa do povo, e esses vêem na sua chegada uma coisa má, simultaneamente com uma coisa boa, como se fossem recompensados por uma vida, em termos, ruim, num pós-vida. Que nunca existiu, nem há de se existir depois da morte. Mas, eu, não nego a vida e não temo a morte, pois a vida não me é repugnante, e não há mal nenhum em não se viver mais, desde que se tenha levado uma vida venturosa e tranquila de corpo e espírito. Pois, na vida não se considera boa a mais longa, e sem a mais prazerosa.

  E quem diz que o moço deve ter uma boa vida, e o velho uma boa morte, é um tolo, não só por falta de razão, mas pelo fato de não considerar a vida sempre desejável! E a prática de uma bela vida, é também a prática limiar de um belo morrer.

sábado, 24 de dezembro de 2011

Sobre as leis e o comportamento humano

   Desde a criação do Estado o homem vem tentando controlar os comportamentos que podem fazer mal à sociedade através de leis.Mas depois de tanto tempo em uso cabe à humanidade questionar:esse modelo de controle está obtendo sucesso?Se não,qual seria o modelo ideal de controle do comportamento humano?

   Primeiro faremos uma análise social.Temos uma constituição que diz às pessoas o que podem ou não fazer.Por exemplo não roubar,não matar.Mas ao olharmos a nossa volta vemos a todo tempo mortes e roubos.Assim concluímos que as leis não conseguem controlar os comportamentos maléficos para a sociedade.Então o infrator da lei é preso para pagar pelos seus atos,o que não adiantará de nada para a sociedade.Quando solto o infrator voltará a cometer o crime se tiver motivos.As leis não conseguem,pois,seu objetivo principal.
  

  Muitos estudiosos do comportamento humano fizeram várias pesquisas e descobriram que o caráter é moldado pela definição de certo e errado de uma pessoa.Essa definição é formada pelos valores que o ambiente ensina àquela pessoa.Uma pessoa que vive junto com cachorros e não tem exemplos de humanos terá uma personalidade canina porque foi isso que o ambiente em que ela vive a ensina(já aconteceu isso com algumas pessoas na história).Da mesma forma, alguém que passa fome pode aprender que precisa de roubar ou matar para obter os recursos necessários a sua a sobrevivência pois o ambiente lhe ensinou isso. 

   O ponto que quero chegar é que se uma pessoa não infringiu alguma lei não foi porque ela é boa ou ruim.É porque ela teve um motivo para fazer isso.  

   Portanto o modo mais eficaz de conseguir moldar o comportamento humano para o bem da sociedade não é através de leis,mas sim proporcionando um ambiente que acabe com os motivos de uma pessoa fazer mal à outra e não através do obsoleto uso das leis.
   


Por:Lucas Rodrigues da Silva
  

domingo, 18 de dezembro de 2011

Exposição por rádio e televisão sobre a estatização do sistema bancário chileno

   Texto de:Salvador Allende





Povo do Chile, trabalhadores:


Eu não quero terminar este ano sem fazer um importante anúncio para o cumprimento de nossos planos econômicos e que se referem à nova política bancária e creditória.

Ante a consciência cidadã, nos comprometemos a lograr que o banco deixe de ser um instrumento ao serviço de uma minoria, para utilizar seus recursos em benefício de todo o país.

Pois bem, de acordo com as disposições legais, cabe ao Banco Central fixar o nível máximo das taxas de juros, para o primeiro trimestre de 1971.

O propósito do Governo Popular é que esta decisão seja acompanhada por um conjunto de outras medidas, para que ela tenha, efetivamente, o significado que querermos lhe dar.

Nossa determinação é a seguinte:
Desde o dia 1º de janeiro haverá uma redução substancial da taxa máxima de juros. A diminuição será, aproximadamente, de 25%, respectivo ao atual nível, para o segundo semestre do presente ano. Deste modo, o custo total máximo do crédito, incluindo impostos e comissões, se reduz de 44% a 21%.
Estabelecer-se-ão taxas substancias inferiores à máxima, para certas atividades econômicas e alguns setores empresariais.
Assim é como se verão favorecidos os pequenos industriais e artesãos, as centrais de compra, as cooperativas campesinas, as sociedades agrícolas de Reforma Agrária, os campesinos atendidos pelo Indap, os construtores de moradias econômicas e industrializadas, os exportadores, os empresários que operam linhas de crédito de acordo com o orçamento, os industriais que mantêm convênios com o Ministério da Economia para desenvolver produtos de consumo popular.
Assim, a taxa de juros se transforma em um efetivo instrumento de orientação para o desenvolvimento econômico e ao apoio de certos setores produtivos, particularmente, os pequenos e médios empresários.
Será impulsionada uma forte redistribuição de crédito, fazendo-o de maneira fácil e rapidamente acessível a setores que até agora foram deixados de lado pelas instituições bancárias.
Será impulsionada a sua descentralização, de modo que as regiões e províncias disponham de maiores recursos e de uma maior capacidade de decisão em sua própria região.

Convém ter em mente que, em 30 de setembro deste ano, setenta por cento do crédito se centralizava em Santiago.

Toda esta política, juntamente a atribuir ao banco o serviço de desenvolvimento nacional, tem como objetivo derrotar a inflação.

Gastos financeiros mais baixos significam, necessariamente, menores pressões inflacionárias.

Entretanto — e ouçam bem — a nosso juízo, para que esta política possa ser aplicar de forma efetiva, com toda sua amplitude e de maneira permanente, é preciso que o sistema bancário seja de propriedade estatal.

O banco sempre buscará uma forma de evitar o controle, quando a administração direta não está nas mãos do Governo.

Os fatos demonstraram que os controles indiretos que podem ser exercidos são ineficazes.

Assim sucedeu, por exemplo, a concentração do crédito. Em dezembro do ano passado, 1,3% dos devedores do sistema representavam 45,6% do crédito. Esta concentração só aumenta. A esta altura, era maior que em 1965. Igualmente, há razões fundadas para supor que nas últimas semanas a concentração de crédito aumentou como uma última tentativa de tirar o crédito dos bancos privados.

Isto acabou refletindo que clientes tradicionais destes bancos, encontraram as portas fechadas, o que está provocando fortes pressões sobre o Banco do Estado. Se não tomarmos a administração dos bancos para dar mais créditos aos pequenos e médios empresários, para impedir que os monopólios tomem conta, a baixa da taxa de juros seguirá favorecendo aos poucos privilegiados que sempre usufruíram dela. Igualmente, os controles indiretos mostraram-se ineficazes para prevenir operações ilegais, ou para descentralizar o crédito, ou para orientá-lo para o seu uso como instrumento executivo de planificação.

Somente estando os bancos nas mãos do povo, através do Governo que representa seus interesses, é possível cumprir com nossa política.

Face ao exposto, ficou resolvido que na próxima semana será enviado ao Congresso, um projeto de lei para estatizar o sistema bancário.

Não obstante esta decisão, o Governo quer oferecer outra alternativa, que além de acelerar o processo, representa uma boa opção para todos os acionistas, especialmente os pequenos. O Governo oferece a partir de segunda-feira, 11, até 31 de janeiro, comprar as ações de bancos privados. Esta opção se dará por intermédio do Banco do Estado, através de suas agências em todo o país e de acordo com as seguintes condições:
As ações serão avaliadas ao preço médio em que foram vendidas na Bolsa de Valores, durante o primeiro semestre do presente ano. Este procedimento é similar ao que adota para o pagamento do imposto patrimonial. É necessário ressaltar que o preço para as ações, considerado no projeto de Lei de Estatização Bancária, é inferior a este.
As opções de pagamento ofertadas são:
a) Os primeiros 10.000 escudos em ações valorizadas na maneira indicada, serão pagos a todos os portadores dos Certificados de Poupança Reajustáveis, que poderão ser liquidados no momento que desejarem;
b) Os possuidores de mais de 10.000 em ações bancárias receberão até 40.000 escudos, adicionais, em Certificados de Poupança Reajustáveis, que poderão ser liquidados depois de dois anos de efetuada a operação;
c) Os que têm em seu poder mais de 50.000 escudos em ações bancárias, será paga a parte excedente a esta quantidade no prazo de sete anos, com dois anos de graça, em cotas anuais reajustáveis, que terão taxa de juros de 5%.
Estas condições favorecerão os acionistas, especialmente os pequenos, tendo em conta que no projeto de lei para nacionalização do sistema Bancário, fixa-se um prazo para pagamento de quinze anos, em cotas não-reajustáveis, com 5% de juros ao ano.
Igualmente, o pagamento em títulos CAR é, para o pequeno acionista uma alternativa mais segura ainda, e mais rentável que as que tiveram até o momento com suas ações; agregando como complemento de seguridade, o respaldo que o Governo Popular dá a estas formas de poupança.
As instituições sem fins lucrativos terão tratamento especial.
Para os efeitos do pagamento, serão consideradas as últimas listas oficiais de acionistas, entregues pelos bancos a Superintendência.

A proposta do Governo é pela totalidade dos valores que tem cada acionista e não por parte de suas ações.

Sem prejuízo da proposta anterior, e com o intuito de zelar desde já pelos interesses do país, a Superintendência de Bancos designará inspetores em cada instituição.

Fazemos um chamado às autoridades bancárias para que, sem prejuízo do anteriormente exposto, voluntariamente deleguem desde já seus departamentos de recursos humanos que, para estes efeitos designará o Governo, evitando-se assim que, durante a discussão no Parlamento do projeto de lei que estatiza os bancos, ocorra o menor indício de instabilidade do sistema financeiro.

Os conceitos anteriores têm uma exceção: os bancos estrangeiros que gozam de um status jurídico especial Com estes se buscará um entendimento direto, baseado nos interesses do país, tendo em consideração seus direitos.

Todas as medidas anteriores garantirão os depósitos. Os depositantes podem estar seguros que os organismos do governo prevenirão e sancionarão severamente qualquer intenção de lesionar sua integridade.

Eu quero deixar para o final algumas palavras dirigidas aos trabalhadores dos bancos.

Ao adotar estas disposições, o Governo tem em conta e valoriza a posição assumida por estes em seu último congresso, em que se pronunciaram favoráveis à estatização dos bancos privados.

O Governo conta com o apoio e a participação ativa de vocês para cumprir este objetivo.

Ao mesmo tempo, atenderemos suas aspirações legítimas, reclamadas há muitos aos e que são relativas à:
Carreira bancária por mérito e antiguidade, para chegar, com uma nivelação paulatina, a uma carreira única, com o fim de facilitar a especialização bancária.
Possibilidade de estudos e aperfeiçoamento para todos os empregados, com ênfase na preparação para tarefas de mecanização bancária e de comércio exterior.
Redistribuição das remunerações, favorecendo os níveis inferiores.
Eliminação de privilégios tais como diferenças na alimentação, uso de veículos, etc.
Supressão de imposições tão humilhantes e retrocessas às pessoas, como por exemplo: obrigação de solicitar permissão para casar-se, término de contrato para mulheres que se casam, exigência de recomendação ou aval para ser contratado, etc.
Entrega dos campos esportivos a imobiliárias que sejam de propriedade dos sindicatos, que por sua vez deverão delegar sua própria administração em seus próprios clubes.
Estudo de uma política habitacional especial para os companheiros bancários, tendo em conta o volume de propriedades que possuem suas instituições.


Tudo isto se complementa com o compromisso, já anunciado, de que o Governo respeitará as conquistas dos trabalhadores bancários.

Ademais, a baixa taxa de juros não afetará os rendimentos deles, uma vez que se incorporarão, ao fim, às gestões de suas próprias empresas.

Esperamos que os profissionais bancários sejam um exemplo para todos os trabalhadores do país. Servir em empresas que pertencem a todo o povo não deve ser somente um privilégio, mas também uma responsabilidade.

Isto é o que queria lhes informar.

Muito obrigado.

Postado por:Lucas Rodrigues da Silva 

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Os dois futuros possíveis

  É uma pergunta muito pertinente em todas as gerações passadas e também usada pela geração atual como será nosso futuro.Bom,através do estudo e da ciência muitas pessoas chegaram na mesma conclusão:que haja uma grande revolução na mente humana,caso contrário a nossa existência correrá sérios problemas.Como eles chegaram à essa conclusão é o que tentarei explicar nesse texto.

  O sistema capitalista em que vivemos é baseado no consumo.Ou seja quanto mais consumimos mais a economia e,consequentemente, a sociedade crescem.Mas isso se torna insustentável a partir de que sabemos que vivemos em um planeta finito com recursos finitos.

  O petróleo,que é um dos principais recursos movedores da economia, já está entrando em fase de desaparecimento.Daqui a não muito tempo este tornar-se-á escasso e haverá muita disputa para tê-lo.Mas a disputa será tamanha que poderá haver uma terceira guerra mundial com todas as nações disputando pelo petróleo e muitos outros recursos que tornar-se-ão escassos com o tempo(por exemplo a água potável).

  Com a tecnologia que temos hoje a possível terceira guerra mundial poderá destruir o planeta e criar um elitismo maior do que há,e a humanidade enfrentará uma grande fase de fome e miséria(maior do que a que há hoje!)que poderá levar-nos à extinção.

  Mas há uma solução.Se o homem mudar sua mente a partir de agora os recursos do mundo podem ser distribuídos de forma inteligente e sustentável para todas as pessoas e o futuro será bem melhor do que o descrito acima.Mas a revolução tem que começar já,a menos que queiramos viver num mundo insustentável para a vida!



Por:Lucas Rodrigues da Silva

domingo, 11 de dezembro de 2011

Por que os marxistas se opõem ao terrorismo individual(Léon Trótsky)

Nossos inimigos de classe têm o costume de queixar-se de nosso terrorismo. Eles gostariam de por o rótulo de terrorismo a todas as ações do proletariado dirigidas contra os interesses do inimigo de classe. Para eles, o método principal de terrorismo é a greve. A ameaça de uma greve, a organização de piquetes de greve, o boicote econômico a um patrão super explorador, o boicote moral a um traidor de nossas próprias filas: tudo isso e muito mais é qualificado de terrorismo. Se por terrorismo se entende qualquer coisa que atemorize o prejudique o inimigo, então a luta de classes não é outra coisa senão terrorismo. E o único que resta considerar é se os políticos burgueses têm o direito de proclamar sua indignação moral acerca do terrorismo proletário, quando todo seu aparato estatal, com suas leis, polícia e exército não é senão um instrumento do terror capitalista.


No entanto, devemos assinalar que quando nos jogam na cara o terrorismo, tratam, ainda que nem sempre de forma consciente, de dar-lhe a esta palavra uma sentido mais estrito, menos indireto. Por exemplo, a destruição das máquinas por parte dos trabalhadores é terrorismo neste sentido estrito do termo. A morte de um patrão, a ameaça de incendiar uma fábrica ou matar o seu dono, o atentado a mão armada contra um ministro: todos estes são atos terroristas no sentido estrito do termo. Não obstante, qualquer um que conheça a verdadeira natureza da social-democracia internacional deve saber que ela tem se colocado em oposição da maneira mais irreconciliável a esta classe de terrorismo.


Por que? O "terror" mediante a ameaça ou a ação grevista é patrimônio dos operários industriais ou agrícolas. O significado social de uma greve depende, em primeiro lugar, do tamanho da empresa ou ramo da indústria afetada; em segundo lugar, do grau de organização, disciplina e disposição para a ação dos operários que participam. Isto é certo tanto em uma greve econômica ou política. Segue sendo o método de luta que surge diretamente do lugar que na sociedade moderna ocupa o proletariado no processo de produção.


Para desenvolver-se, o sistema capitalista requer uma superestrutura parlamentar. Porém ao não poder confinar o proletariado em um gueto político, deve permitir cedo ou tarde, sua participação no parlamento. Nas eleições se expressa o caráter de massa do proletariado e seu nível de desenvolvimento político, qualidades determinadas por seu papel social, sobretudo por seu papel na produção.


Do mesmo modo que numa greve, nas eleições o método, objetivos e resultado da luta dependem do papel social e da força do proletariado como classe. Somente os operários podem fazer greve. Os artesãos arruinados pela fábrica, os camponeses cuja água envenena a fábrica, os lumpen-proletários em busca de um bom botim, podem destruir as máquinas, incendiar a fábrica ou assassinar o dono.


Somente a classe operária consciente e organizada pode enviar uma forte representação ao parlamento para cuidar dos interesses proletários. No entanto, para assassinar a um funcionário do governo não é necessário contar com as massas organizadas. A receita para fabricar explosivos é acessível a todo o mundo, e qualquer um pode conseguir uma pistola.


No primeiro caso, há uma luta social, cujos métodos e vias se desprendem da natureza da ordem social imperante; no segundo, uma reação puramente mecânica que é idêntica em todo o mundo, desde a China até a França: assassinatos, explosões, etc., porém totalmente inócua em relação ao sistema social.


Uma greve, inclusive uma modesta, tem conseqüências sociais: fortalecimento da auto-confiança dos operários, crescimento do sindicato, e, com não pouca freqüência, uma melhora na tecnologia produtiva. O assassinato do dono da fábrica provoca apenas efeitos policiais, ou uma troca de proprietário desprovida de toda significação social.


Para que um atentado terrorista, mesmo um que obtenha "êxito", crie confusão na classe dominante, depende da situação política concreta. Seja como for, a confusão terá vida curta; o estado capitalista não se baseia em ministros de estado e não é eliminado com o desaparecimento deles. As classes a que servem sempre encontrarão pessoas para substituí-los; o mecanismo permanece intacto e em funcionamento.


Todavia, a desordem que produz um atentado terrorista nas filas da classe operária é muito mais profunda. Se para alcançar os objetivos basta armar-se com uma pistola, para que serve esforçar-se na luta de classes? Se um pouco de pólvora e um pedaço de chumbo bastam para perfurar a cabeça de um inimigo, que necessidade há de organizar a classe? Se tem sentido aterrorizar os altos funcionários com o ruído das explosões, que necessidade há de um partido? Para que fazer passeatas, agitação de massas, eleições, se é tão fácil alvejar um ministro desde a galeria do parlamento?


Para nós o terror individual é inadmissível precisamente porque apequena o papel das massas em sua própria consciência, as faz aceitar sua impotência e volta seus olhos e esperanças para o grande vingador e libertador que algum dia virá cumprir sua missão.


Os profetas anarquistas da "propaganda pelos fatos" podem falar até pelos cotovelos sobre a influência estimulante que exercem os atos terroristas sobre as massas. As considerações teóricas e a experiência política demonstram o contrário. Quanto mais "efetivos" forem os atos terroristas, quanto maior for seu impacto, quanto mais se concentra a atenção das massas sobre eles, mais se reduz o interesse das massas por eles , mais se reduz o interesse das massas em organizar-se e educar-se.


Porém a fumaça da explosão se dissipa, o pânico desaparece, um sucessor ocupa o lugar do ministro assassinado, a vida volta à sua velha rotina, a roda da exploração capitalista gira como antes: só a repressão policial se torna mais selvagem e aberta. O resultado é que o lugar das esperanças renovadas e da excitação artificialmente provocada vem a ser ocupado pela desilusão e a apatia.


Os esforços da reação para por fim às greves e ao movimento operário de massas tem culminado, geralmente, sempre e em todas as partes, no fracasso. A sociedade capitalista necessita um proletariado ativo, móvel e inteligente; não pode, portanto, ter o proletariado com os pés e mão atados por muito tempo. Por outro lado, a "propaganda pelos fatos" dos anarquistas tem demonstrado cada vez mais que o estado é muito mais rico em meios de destruição física e repressão mecânica que todos os grupos terroristas juntos.


Se assim é, o que acontece com a revolução? Fica negada ou impossibilitada? De maneira nenhuma. A revolução não é uma simples soma de meios mecânicos. A revolução somente pode surgir da intensificação da luta de classes, sua vitória e garantida somente pela função social do proletariado. A greve política de massas, a insurreição armada, a conquista do poder estatal; tudo está determinado pelo grau de desenvolvimento da produção, a alienação das forças de classe, o peso social do proletariado e, por último, pela composição social do exército, posto que são as forças armadas o fator que decide o problema do poder no momento da revolução.


A social-democracia é bastante realista para não desconhecer a revolução que está surgindo das circunstâncias históricas atuais; pelo contrário, vai ao encontro da revolução com os olhos bem abertos. Porém, diferentemente dos anarquistas e em luta aberta com eles, a social-democracia rechaça todos os métodos e meios cujo objetivo seja forçar o desenvolvimento da sociedade artificialmente e substituir a insuficiente força revolucionária do proletariado com preparações químicas.


Antes de elevar-se à categoria de método para a luta política, o terrorismo faz sua aparição sob a forma de ato individual de vingança. Assim foi na Rússia, pátria do terrorismo. O açoitamento dos presos políticos levaram Vera Zasulich a expressar o sentimento de indignação geral com um atentado contra o general Trepov. Seu exemplo repercutiu entre a intelectualidade revolucionária, desprovidas do apoio das massas. O que começou como um ato de vingança perpetrado em forma inconsciente foi elevado a todo um sistema em 1879-1881. As ondas de atentados anarquistas na Europa Ocidental e América do Norte sempre se produzem depois de alguma atrocidade cometida pelo governo: fuzilamentos de grevistas ou execuções de opositores políticos. A fonte psicológica mais importante do terrorismo é sempre o sentimento de vingança que busca uma válvula de escape.


Não há necessidade de insistir que a social-democracia nada tem a ver com esses moralistas a soldo, que, em resposta a qualquer ato terrorista, falam somente do "valor absoluto" da vida humana. São os mesmos que em outras ocasiões, em nome de outros valores absolutos, por exemplo, a honra nacional ou o prestígio do monarca estão dispostos a levar milhões de pessoas ao inferno da guerra. Hoje, seu herói nacional é o ministro que dá a ordem de abrir fogo contra os operários desarmados, em nome do sagrado direito à propriedade privada; amanhã, quando a mão desesperada do operário desempregado cerre o punho ou se apodere de uma arma, falarão sandices sobre o inadmissível que é a violência em qualquer de suas formas.


Digam o que digam os eunucos e fariseus morais, o sentimento de vingança tem seus direitos. Fala muito bem a favor da moral da classe operária a não contemplação indiferente do que ocorre neste, o melhor dos mundos possíveis. Não extinguir o insatisfeito desejo proletário de vingança, mas, pelo contrário, avivá-lo uma e outra vez, aprofundá-lo, dirigi-lo contra a verdadeira causa da injustiça e a baixeza humanas: essa é a tarefa da social-democracia.


Nos opomos aos atentados terroristas porque a vingança individual não nos satisfaz. A conta que nos deve pagar o sistema capitalista é demasiado elevada para ser apresentada a um funcionário chamado ministro. Aprender a considerar os crimes contra a humanidade, todas as humilhações a que se vêem submetidos o corpo e o espírito humanos como excrescências e expressões do sistema social imperante, para empenhar todas nossas energias em uma luta coletiva contra este sistema: essa é a causa na qual o ardente desejo de vingança pode encontrar sua maior satisfação moral






Postado por:Lucas Rodrigues da Silva


Fonte:http://www.marxists.org

sábado, 10 de dezembro de 2011

Discurso diante do túmulo de Karl Marx.

  Antes desse brilhante discurso do Lênin, queria informar que nos fins de semana os autores do blog não postarão nenhum texto de sua autoria. Em vez disso, serão postados textos aleatórios de diferentes marxistas, como algumas cartas trocadas entre Marx e Engels, alguns textos do Mao-Tsé-Tung, e até mesmo, se possível e se de agrado aos leitores, um compilado de frases. Começamos com esse. Espero que gostem. E, se possível, deixem a opinião no comentário.


  ''A 14 de Março, um quarto para as três da tarde, o maior pensador vivo deixou de pensar. Deixado só dois minutos apenas, ao chegar, encontrámo-lo tranquilamente adormecido na sua poltrona — mas para sempre.

  O que o proletariado combativo europeu e americano, o que a ciência histórica perderam com [a morte de] este homem não se pode de modo nenhum medir. Muito em breve se fará sentir a lacuna que a morte deste [homem] prodigioso deixou.

  Assim como Darwin descobriu a lei do desenvolvimento da Natureza orgânica, descobriu Marx a lei do desenvolvimento da história humana: o simples facto, até aqui encoberto sob pululâncias ideológicas, de que os homens, antes do mais, têm primeiro que comer, beber, abrigar-se e vestir-se, antes de se poderem entregar à política, à ciência, à arte, à religião, etc; de que, portanto, a produção dos meios de vida materiais imediatos (e, com ela, o estádio de desenvolvimento económico de um povo ou de um período de tempo) forma a base, a partir da qual as instituições do Estado, as visões do Direito, a arte e mesmo as representações religiosas dos homens em questão, se desenvolveram e a partir da qual, portanto, das têm também que ser explicadas — e não, como até agora tem acontecido, inversamente.

  Mas isto não chega. Marx descobriu também a lei específica do movimento do modo de produção capitalista hodierno e da sociedade burguesa por ele criada. Com a descoberta da mais-valia fez-se aqui de repente luz, enquanto todas as investigações anteriores, tanto de economistas burgueses como de críticos socialistas, se tinham perdido na treva.

  Duas descobertas destas deviam ser suficientes para uma vida. Já é feliz aquele a quem é dado fazer apenas uma de tais [descobertas]. Mas, em todos os domínios singulares em que Marx empreendeu uma investigação — e estes domínios foram muitos e de nenhum deles ele se ocupou de um modo meramente superficial —, em todos, mesmo no da matemática, ele fez descobertas autónomas.

  Era, assim, o homem de ciência. Mas isto não era sequer metade do homem. A ciência era para Marx uma força historicamente motora, uma força revolucionária. Por mais pura alegria que ele pudesse ter com uma nova descoberta, em qualquer ciência teórica, cuja aplicação prática talvez ainda não se pudesse encarar — sentia uma alegria totalmente diferente quando se tratava de uma descoberta que de pronto intervinha revolucionariamente na indústria, no desenvolvimento histórico em geral. Seguia, assim, em pormenor o desenvolvimento das descobertas no domínio da electricidade e, por último, ainda as de Mare Deprez.

  Pois, Marx era, antes do mais, revolucionário. Cooperar, desta ou daquela maneira, no derrubamento da sociedade capitalista e das instituições de Estado por ela criadas, cooperar na libertação do proletariado moderno, a quem ele, pela primeira vez, tinha dado a consciência da sua própria situação e das suas necessidades, a consciência das condições da sua emancipação — esta era a sua real vocação de vida. A luta era o seu elemento. E lutou com uma paixão, uma tenacidade, um êxito, como poucos. A primeira Rheinische Zeitung em 1842, o Vorwärts! de Paris em 1844, a Brüsseler Deutsche Zeitung em 1847, a Neue Rheinische Zeitung em 1848-1849, o New-York Tribune em 1852-1861 — além disto, um conjunto de brochuras de combate, o trabalho em associações em Paris, Bruxelas e Londres, até que finalmente a grande Associação Internacional dos Trabalhadores surgiu como coroamento de tudo — verdadeiramente, isto era um resultado de que o seu autor podia estar orgulhoso, mesmo que não tivesse realizado mais nada.

 E, por isso, Marx foi o homem mais odiado e mais caluniado do seu tempo. Governos, tanto absolutos como republicanos, expulsaram-no; burgueses, tanto conservadores como democratas extremos, inventaram ao desafio difamações acerca dele. Ele punha tudo isso de lado, como teias de aranha, sem lhes prestar atenção, e só respondia se houvesse extrema necessidade. E morreu honrado, amado, chorado, por milhões de companheiros operários revolucionários, que vivem desde as minas da Sibéria, ao longo de toda a Europa e América, até à Califórnia; e posso atrever-me a dizê-lo: muitos adversários ainda poderia ter, mas não tinha um só inimigo pessoal.

O seu nome continuará a viver pelos séculos, e a sua obra também!''

-Lênin
Postado por: Uriel dias
Fonte: Marxists.org

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

O que é ser um Jovem Comunista, de acordo com Chê Guevara.

  Faço esse texto uma síntese do pensamento de Chê Guevara sobre o que é ser um Jovem Comunista. Não concordando ou discordando mas, mostrando a posição do revolucionário de acordo com o tema. Aliás, como é ser um jovem comunista para um revolucionário como esse?

  Primeiramente, ele deve ter honra em ser um jovem comunista. Não deve esconder essa condição, não deve ser um jovem comunista escondido, deve ter interesse em demostrar que é, e que sente orgulho em ser.

  Trás um grande dever de responsabilidade na sociedade comunista que está a se construir com os nossos semelhantes. Junto, grande responsabilidade na questão social, resolvendo e interpretando os problemas em defesa do povo, e sempre buscando a justiça. Espírito inconformado com tudo que há de ruim. Questionar tudo que não está visível. Combater sempre o conformismo e qualquer tipo de ação contrária ao povo ou à revolução. Estar sempre aberto a novas ideias e novas experiências. Segundo ele: ''Estar sempre aberto para receber as novas experiências, para conformar a grande experiência da humanidade, que leva muitos anos a avançar pela senda do socialismo, às condições concretas do nosso país,[...] E pensar -todos e cada um- como irmos mudando a realidade, como irmos melhorando-a.''

  O jovem comunista deve também sempre ser o primeiro. Ser o melhor em tudo. Claro que nem sempre se pode ser o primeiro mas, é possível estar sempre entre os primeiros, o grupo da vanguarda. Sendo assim, um exemplo, um espelho, para os outros jovens, para mostrar aos mais velhos que já perderam o seu entusiasmo com a juventude e com o estímulo do exemplo vão reagir bem.

  Um espírito de sacrifício, não só para as situações históricas mas, para todos os momentos. Ajudar seus companheiros de estudo, de trabalho. E estar sempre atento à massa humana que o rodeia.

  Como o revolucionário disse:
''[...] apresenta-se a todo jovem comunista a tarefa de ser essencialmente humano, ser tam humano que se aproxime ao melhor do humano, purificar o melhor do homem por meio do trabalho, do estudo, do exercício de solidariedade continuada com o povo e com todos os povos do mundo, desenvolver ao máximo a sensibilidade até se sentir angustiado quando um homem é assassinado em qualquer canto do mundo e para se sentir entusiasmado quando em algum canto do mundo se alça uma nova bandeira de liberdade.''



Por: Uriel Dias de Oliveira

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Socialismo em um só país ou revolução permanente?

  Uma das principais divisões dentro da ideologia comunista é esta: Trotskistas Vs Stalinistas.Os primeiros são a favor da revolução permanente.Os segundos acham que o socialismo pode ocorrer em apenas um país.Esse conflito surgiu desde os primórdios da revolução russa,mas se intensificou após a morte de Lênin,onde a disputa de poder ficou entre Trotsky(principal pensador da revolução permanente)e Stálin(que era a favor do socialismo em um só país).

  Os trotskistas levam em consideração o carácter internacional do socialismo marxista.Para eles,as contradições entre o interno e o externo do país levariam o socialismo ao fracasso.Segundo os adeptos dessa ideologia a revolução em um país é só o começo e deve se espalhar como um câncer por toda a Terra."A revolução começa no terreno nacional,desenvolve-se na arena internacional e termina na arena mundial",diz Trotsky no texto "A revolução permanente".Uma revolução mundial elimina a questão de países "maduros" ou "não maduros" para a revolução,segundo o trotskismo.

   O socialismo num só país seria impossível,pois a divisão mundial do trabalho,a subordinação dos países desenvolvidos às matérias dos não desenvolvidos(que também são subordinados aos bens de consumo produzidos pelos desenvolvidos),segundo os adeptos da revolução permanente.

   Os ideólogos do socialismo num só país dizem que uma nação pode ser socialista sem que o imperialismo fosse derrotado no resto do mundo.Dizem eles que a melhor forma de a revolução se espalhar para outros países é o socialismo consolidado em um outro(no caso stalinista a URSS).Os stalinistas pensam que uma nação pode se basear nos seus próprios recursos para se desenvolver,com a situação externa não tendo muita importância.Os pensadores dessa corrente do comunismo consideram a revolução num país o final de todo um processo.

   Essas duas correntes formam a maior divisão dentro do comunismo.Durante a história ocorreram muitas revoluções que se diziam socialistas.A maioria delas optou pelo socialismo num só país.Por isso é dever dos novos comunistas resolverem essa questão,que divide e,consequentemente,atrapalha o comunismo em todo mundo.





Por:Lucas Rodrigues da Silva

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

A revolução, as armas, e a questão do proletário.

  Na cabeça de alguns esquerdistas, a revolução armada é o melhor jeito de levar a esquerda ao poder, quase uma fórmula mágica. Mas, será que as armas são necessárias à causa da revolução? Como o proletariado reage? Será que é o único jeito? Por que não usar?

  Primeiro, a luta armada é comandada pela vanguarda, e tem pouco apoio concreto do povo. E, do Golpe contra a Assembléia Geral dos sovietes até os golpecos para manter o controle de misérias estudantis, o que moveu essa vanguarda da luta armada é que o proletariado não é capaz de se libertar, e que só elas sabem o que é bom para todos. Aliás, acreditam que todo meio é válido para mostrar o caminho correto para os proletários ignorantes.

  A partir do momento que um grupo passa a comandar as necessidades e os desejos do povo, a revolução deixa de ser um movimento popular em prol das massas, e passa a ser um movimento defendido por um grupo, que não possuem razão mas, possuem armas.

  Quando o povo oprimido levanta armas ao opressor, assume uma característica de semelhante opressor. E o objetivo da revolução não é acabar com o poder dos opressores? No caso, só estaria criando outro grupo de pessoas com o poder na mão. Uma revolução não pode ser feita por opressores mas, por oprimidos.

  A crença de que os proletariados precisam de uma vanguarda armada lutando por eles é característica da perda de fé neles. Surge o sentimento, quando o povo não dá razão às lideranças revolucionárias, os vanguardistas fazem uma revolução em favor ao proletariado, que por fim, torna-se contra eles.

  Há aqueles que só acreditam no poder das armas. Mas, a minha fé no proletário me impede de apunhá-las. O povo não precisa de armas. O povo não precisa de vanguarda. Do que o povo precisa, então?

  A luta armada deve ser usada em tempos de repressão fascista. Assim como nos Estados totalitaristas, como foi a Alemanha nazista. No caso, só as armas poderiam salvar o povo.

  Hoje, não é tempo de repressão como ocorrera na Alemanha, hoje o problema do povo é que ele é manipulado pelo sistema e alienado à sua realidade. O revolucionário e o povo não precisam de armas-de-fogo para acabar com a manipulação ou com a alienação. No caso, as únicas armas corretas são o senso crítico e a consciência.

  Mas, para que a revolução ocorra é necessário que todos os brasileiros de juntem em uma unidade. Um revolução em que 90% lutam sob bandeiras diferentes, não dá certo. E se for feita, se tornará opressora. Mas, uma revolução em que todo o povo está em defesa de só uma bandeira, e só uma causa, é a, propriamente dita, revolução pelo proletariado.


Por: Uriel Dias de Oliveira 

terça-feira, 29 de novembro de 2011

''Só sei que nada sei'' ?

  Há muitas versões diferentes para o significado que essa frase assumiria na vida de Sócrates, ao dizê-la. Uma das versões mais creditadas é a de que ele assumiria a ignorância absoluta, levando em conta a contradição que é a frase por assim dizer. Pois, de acordo com esta, a única coisa que estaria dentro da ciência de Sócrates, é que de nada ele sabe. Sendo assim, ignorante para as coisas do mundo.

  Outra é que o filósofo, dentro do conhecimento que possuía, concluiu que todas as coisas que poderiam ser aprendidas, eram demais, que tudo que ela sabia, era pouco, era o ''nada'', de ''tudo'' que poderia ser aprendido. Sendo assim, Sócrates se coloca na posição de eterno aprendiz, quando todo o conhecimento do mundo ultrapassa nossos limites.

  Como a filosofia ensina os métodos para cada um de nós achar respostas diferentes para as questões, o que Sócrates disse é variável. E, por mais que achemos as respostas de todas as questões, nunca saberemos se as respostas são corretas ou incorretas. Quando mais se sabe, sabe-se que não conhece nada.

  Esses não são completamente o meu ponto de vista sobre o assunto. Pelo que eu sei sobre a vida de Sócrates, ele procurou o restante da informação com outros. Por exemplo, antes de ser condenado à morte, Sócrates, para se defender das acusações de Meleto, procurou outros filósofos, poetas e artistas para que tivesse ajuda em formular suas defesas. Tendo em vista o duplo sentido da palavra ''só'', que pode significar ''somente'' ou ''sozinho'', ele haveria dito que: Sozinho, não se sabe nada. Ou seja, na nossa vida, dependemos de outras pessoas, outras opiniões, outras ciências... Caso contrário seremos absolutamente ignorantes.


Por: Uriel Dias de Oliveira

sábado, 26 de novembro de 2011

Do AI-5 ao surgimento da guerrilha.

  Era difícil viver sob a ditadura militar. Claro, sem exageros, não havia um tanque passando na rua de minuto em minuto e nem sempre tinha um militar sondando as escolas e universidades procurando por subversivos. A vida podia ser levada normal, se você levasse uma vida egoísta. Você comia, trabalhava, ia ao médico... Isso se você fosse classe média. Os pobres só se ferravam. Passavam fome, eram oprimidos, esculachados...

  Mesmo com a boa vida da classe média, haviam os jovens que acreditavam que não se podia ser feliz em uma ditadura. Para eles, era impossível andar por aí sabendo que havia gente sendo torturada, presa, passando meses longe das famílias e conhecidos, sendo morta e a família não estava ciente nem onde o corpo teria sido enterrado. Era claramente impossível, e esse sentimento de amor ao próximo que motivou os jovens a começarem a contestação da ditadura.

  No começo, não era tão perigoso. Poucos eram capturados, passeatas eram aos montes. Claro que isso não agradou nada aos militares e civis que estavam no poder. Para eles, era necessário acabar com a manifestação contrária ao regime. Como? Repressão brutal e violenta. Decretou-se o AI-5 (Ato Inconstitucional Institucional número 5). Foi considerado ''o golpe dentro do golpe'', por fazer a ditadura muito mais dura.

  O AI-5 permitiu, basicamente, aos militares:
1- Fechar o Congresso Nacional por tempo indeterminado.
2- Suspender direitos políticos.
3- Suspender garantias legais.
Isso significa que, se alguns deputados ou senadores atrapalhasse as ações do regime, o Congresso poderia ser fechado. Se um deputado exagerasse na oposição, teria seus poderes políticos cassados, como foi o caso do deputado Lysâneas Maciel(MDB). A polícia podia invadir a casa das pessoas sem autorização judicial. Isso mesmo, quando quisessem. Presos políticos eram levados à lugares que não possuíam contato nem com amigos nem com familiares, onde eram torturados e mortos, e muitos corpos ainda não foram encontrados até hoje.

  Nenhuma espécie de oposição ou crítica poderia ser feita ao regime. Nem passeata, nem pichação. A maioria das passeatas acabaram porque não se tinha subversivos dispostos a serem baleados. Nas ruas, nas escolas, nas faculdades, todo mundo desconfiava de todo mundo. E se a pessoa ao lado fosse do SNI(Serviço Nacional de Informações) ? Então, como se podia lutar contra esse regime opressor?

  Os corajosos, esperançosos e sonhadores jovens pegaram as armas e foram à luta. Baseavam-se na guerrilha rural de Chê Guevara e Fidél Castro, que libertou Cuba do imperialismo. O problema principal da guerrilha era: como ter a base de uma guerrilha rural, se a maioria dos brasileiros vivem nas cidades?

  Para eles, jovens esquerdistas, a guerrilha parecia o melhor jeito de levar a esquerda ao poder durantes os tempos da ditadura. Por exemplo, a máquina bélica militar dos Estados Unidos estavam sendo derrotados por alguns camponeses guerrilheiros do Vietnã. A guerrilha de Mao-Tsé-Tung... A maioria dos grupos de guerrilha brasileiros surgiu em 1968, durante o governo do general Médici.

  Alguns exemplos de grupos são: VPR(Vanguarda Popular Revolucionária), ALN (Aliança Libertadora Nacional), VAR-Palma (Vanguarda Armada Revolucionária Palmares), MR-8 (Movimento Revolucionário 8 de Outubro). E muitos outros. Outro erro da guerrilha foi esse, eram grupos demais com propostas diferentes.  E, de certo modo, eram todos comunistas, ou seja, seguiam as ideias políticas, econômicas e sociais de Marx, Engels e Lênin. Seus heróis guerrilheiros eram Chê e Mao.

  Mas, por mais incrível que pareça, nem todo comunista foi a favor da luta armada. Como o PCB, liderado por Luís Carlos Prestes. Os comunas ''oficiais'' não acreditavam que a guerrilha seria bem-sucedida. A maioria deles propunham apoiar o MDB na oposição ao regime, de modo pacífico. E depois vem com aquelas falácias contra os comunistas...

  O que os guerrilheiros faziam? Claro que não tinham armas à toa. Confrontos com a polícia eram aos montes, e difícil determinar quem vencia o embate, Guerrilheiros ou Policiais? E quanto à aceitação popular? Enquanto os guerrilheiros assaltavam mercados, colocavam os alimentos no caminhão, e os distribuíam na favela, os policiais invadiam casas e oprimiam pensadores. De que lado dessa guerra você ficaria?



Por: Uriel Dias de Oliveira

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Pulseira do equilíbrio - Mentira.

  Há um tempo atrás eu vi na mídia a propagando de uma pulseira que prometia ''dar equilíbrio'' à quem usasse. Eu achei muito difícil mas, não entrei em méritos maiores sobre a pulseira aliás, do jeito que anda a tecnologia, fazer uma pulseira que ajude no equilíbrio está, no mínimo, difícil, não impossível. O nome da tal pulseira é ''Power Balance'', febre entre a moçada mais nova do Brasil.

  O mais engraçado é como o pessoal que usava acreditou mesmo que a pulseira favorecesse o equilíbrio. E o quanto de divulgação tinha isso, também... Vários artistas fizeram propaganda da pulseira, atletas de nome internacional como Shaquille O'Neill e Kobe Bryant. E as pessoas, levadas por uma moda e por uma manipulação da empresa de bens de consumo, chegaram a gastar mais de 100 reais por uma pulseira original dessas.

  Tudo é só uma prova do quanto a população é alienada. Uma pulseira que entrou na moda, mesmo sendo mentira, e os negos pagando 100 reais para ter uma original. Estão pagando pela marca, que provavelmente, usa do trabalho escravo para fabricar as pulseiras.

  Claro que a propaganda mentirosa não fico impune. A empresa disse que não tinha prova científica nenhuma para o equilíbrio que a pulseira dava. Vale lembrar que as pessoas acreditavam, mesmo assim. Claro que a empresa não saiu impune do caso. Aliás, propaganda enganosa é um crime grave e a empresa foi  multada por uma associação de proteção aos consumidores dos E.U.A. e pode, assim, chegar à falência. Isso em países como EUA e Austrália, os lesados serão reembolsados.

  No Brasil, claro, os lesados não serão reembolsados. Pagaram 100 reais para seguir uma moda falsa e mentirosa. Mas a publicidade dos efeitos terapêuticos está proibida desde 3 de setembro por ordem da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).

domingo, 20 de novembro de 2011

O Comunismo Marxista.

  O filósofo alemão Karl Marx foi o responsável pelas mais concretas e desenvolvidas críticas ao capitalismo. Marx propôs, também, um outro sistema que recebe o nome de comunismo mas, está dividido em duas etapas: Primeiro, o socialismo e após, o comunismo concreto. Que são caracterizados por: meios de produção socializados, a inexistência da sociedade dividida em classes, a economia planificada e controlada pelo Estado. Sistema onde há liberdade de expressão e igualdade entre todos os indivíduos. É uma doutrina, ou uma ideologia. Possui propostas sociais, econômicas e políticas.

  Mas, para o sistema comunista entrar em vigor é necessário a total erradicação do capitalismo, por serem dois sistema opostos. O capitalismo, sistema do capital, é a causa de todas as desigualdades e de toda miséria que alastra o nosso planeta. Nele há classes mais valorizadas, como o empresariado ou a burguesia, que oprimem, manipulam, e reprimem as classes mais baixas, como os trabalhadores urbanos e rurais ou o assalariado.

  Marx diz que, na sociedade capitalista, há o antagonismo entre as classes. De acordo com ele, o antagonismo vem desde vários séculos atrás, antes mesmo da origem do capitalismo, e se estende até hoje. A única coisa que mudou foi o nome das classes, a relação Opressor x Oprimidos continua a de sempre. Por exemplo, as classes feudais e a pirâmide social daquele tempo. O Rei é o grande opressor, o clero é o que manipula e defende o rei, os militares são os bonecos do rei usados para a repressão e os camponeses são os que sustentam toda a pirâmide, são os oprimidos, injustiçados, roubados, manipulados, e são a maioria! Não vou discutir o sistema feudal, passemos então para o capitalismo do século XVIII. Os governantes, que possuem o poder político, e controlam as nações. A burguesia, dona do poder econômico e influência muito na área política, a classe dos luxos e das riquezas. E, enfim, o assalariado, a classe que trabalha para sustentar tudo e que é, assim como os camponeses no feudalismo, a maioria.

  Do antagonismo entre as classes tiramos a lição de que há, desde muito tempo, poucas pessoas possuindo muito, e muitas pessoas com nada na mão. O comunismo propõe uma situação inversa, onde não há desigualdades, não há classes, e portanto não há riqueza ou pobreza extremada. Todos são, no possível, iguais.




Por: Uriel Dias de Oliveira

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Planeta de uma juventude.

  Quem espera, e possui, mais do planeta, se não os jovens?
Estes que passaram pouco tempo na Terra, e muito mais hão de passar. São, pois, estes os que devem mais agir para a preservação da Terra, lugar onde passarão o resto de sua não-tão-curta vida.

  E são eles que concentram toda a vontade, e energia, de viver. Contudo, não existe vida sem preservação. Conservar-se-á a terra, dentro na consciência juvenil, e percepções, deles, não tão corretas, de certo ou de errado.

  Mas, não só a eles pertence a mãe-terra, livre e comum, todos apropriam-se dela, pois todos devem trabalhar em conjunto. Mas, o que os que não são jovens têm a oferecer a causa da preservação?

  Seus exemplos! Todos mundo já foi jovem um dia. Todo mundo já lutou por alguma coisa, nem que seja por um único dia. Porém, há os jovens da geração passada, que não se empenharam na preservação mas, dentro da sua vontade de evoluir e fora das chaminés industriais , só fizeram foi causar impactos na natureza. Que a mocidade não aprenda com eles!

  É, portanto, com exemplo e experiências da já passada juventude, geração coca-cola, que a atual deve formar sua consciência de preservação ambiental, para um futuro bom para si, seu semelhante, e seu próximo.

terça-feira, 15 de novembro de 2011

As propostas do projeto Vênus

   O projeto Vênus é uma organização criada por Jacque Fresco e Roxane Meadows que tem como objetivo mostrar ao mundo uma alternativa para a resolução dos problemas sociais através de uma economia baseada em recursos.

   O projeto Vênus visa acabar com a escassez de recursos,através do fim do sistema monetário. .A natureza nos dá tudo que queremos de graça e não precisamos de dar um valor aos recursos oferecidos pela mesma,segundo o projeto.Por exemplo,se você se perder numa ilha que tenha dinheiro de sobra,mas não tiver os recursos necessários a vida humana o dinheiro não adiantará de nada.Mas se essa ilha não tiver dinheiro mas os recursos necessários a vida humana,você conseguirá viver sem muitos problemas.

   Segundo o projeto Vênus,já temos tecnologia o suficiente para produzir em abundância todos os bens de consumo necessários a população terrestre.O problema é a distribuição desses bens de consumo,que em um sistema baseado no lucro é impossível chegar a todas as pessoas,pois quem tem mais dinheiro sempre obterá mais do que quem tem menos.Para resolver esse problema seriam criados os centros de acesso,onde qualquer pessoa poderia obter o que quisesse sem pagar nada ou se endividar.

   Na sociedade baseada em recursos a ciência e a tecnologia seriam usadas para o bem de todos os habitantes da Terra e não para uma empresa se manter competitiva diante do mercado capitalista.

   Nessa sociedade não haveriam mais leis e,consequentemente,não haveriam mais policiais nem exércitos.Os ativistas do projeto dizem que as leis são uma forma de a humanidade não resolver os verdadeiros problemas,empurrando-os para "debaixo do tapete".Por exemplo,não adianta mandar as UPPs para as comunidades carentes enquanto os problemas educacionais no Brasil não estiverem resolvidos,segundo o projeto.

  Em uma sociedade baseada em recursos a grande maioria dos trabalhos exercidos por seres humanos seriam extintos por não serem mais necessários a sociedade(banqueiros administradores de empresas,oficiais do exércitos,advogados).O trabalho bruto que é feito pelo proletariado seria exercido por máquinas e cada pessoa poderia trabalhar apenas naquilo que gosta, o que traria o potencial máximo nas capacidades de cada  ser humano.

  Nessa sociedade também não haveria mais nações,apenas uma chamada Terra.Todos poderiam desfrutar dos recursos oferecidos pelo planeta sem distinção de etnia,nacionalidade(pois esse conceito seria eliminado numa sociedade sem países) ou qualquer outro tipo de preconceito.

  A sociedade sugerida pelo projeto seria anárquica e a política seria extinta,pois não haveria mais necessidades de se formular leis.As pessoas não cometeriam mais crimes,pois 90% dos crimes não teriam mais motivos para serem cometidos com o fim do sistema monetário e os outros seriam resolvidos usando a razão e o estudo para combatê-los,segundo o projeto.

   Na sociedade baseada em recursos,antes de qualquer projeto ser colocado em prática seriam pensados os efeitos que poderiam ser causados a natureza,diferente dos produtos disponíveis hoje no mercado que são feitos para estragarem rápido e virarem lixo poluente,segundo o projeto.Todas as ações sociais seriam pensadas em conjunto com a natureza.Por exemplo,não haveriam mais carros movidos a gasolina,mas movidos a eletricidade.As usinas hidrelétricas e termelétricas seriam abolidas e as energias solar,eólica e muitos outros tipos formariam as fontes padrão de energia.

   O projeto Vênus se encontra como uma alternativa ao capitalismo em crise.Muito semelhante,porém diferente do comunismo,está muito popular entre a juventude revolucionária e cada vez mais ganha fama.Com idéias a favor do desenvolvimento sustentável e fim do sistema monetário,é um dos principais projetos do século XXI contra o capitalismo.

 

Obs:Para saber mais acesse

  http://movimentozeitgeist.com.br/
 http://www.thevenusproject.com/




Por:Lucas Rodrigues

sábado, 12 de novembro de 2011

Os preceitos de Descartes.

  Durante o difícil desenvolvimento do livro Discurso do Método, Descartes criou alguns preceitos para os homem bem conduzirem a sua razão.
  A razão que, segundo ele, está presente em todos os homens. As divergências surgem dentre os homens que conduzem bem a sua razão e os que conduzem mal a sua razão. Que possibilita a ele chegar rápido, ou não, a uma verdade (mutável).
  Descartes usou destes preceitos para se libertar das opiniões exteriores e escrever o Discurso com somente suas opiniões. Segue os 4 preceitos:

1º : Nunca receber coisa alguma como verdadeira, desde que não se evidenciasse como tal. Isto é, evitar cuidadosamente a precipitação e a prevenção e não aceitar senão aqueles juízos que se apresentassem clara e distintamente ao seu espírito, se modo a não ser possível a dúvida a respeitos deles. 
2º : Dividir as dificuldades que teria que examinar em tantas parcelas quantas pudessem ser e fossem exigidas para melhor compreendê-las.
3º :  Conduzir por ordem os seus pensamentos, começando pelos objetos mais simples e mais fáceis de serem conhecidos, para subir, pouco a pouco, como por degraus, até o conhecimento dos mais compostos, e supondo mesma certa ordem entre os que não se precedem naturalmente uns aos outros. 
4º :  Fazer sempre enumerações tão completas e revisões tão gerais que pudesse estar seguro de nada haver omitido. 

  Como dito, são estes os quatro preceitos que René Descartes usou para escrever sua principal obra. Podem ser vistas como um exemplo de como se conduzir bem a sua razão (ou Bom Senso) ou até mesmo, podem ser vistas como os princípios atuais da ciência, levando em conta que desconsidera qualquer ato de acreditar sem as devidas provas apresentadas e conclusões tiradas.
 
  Segundo algumas pessoas, foram esses os preceitos que levaram Descartes a tentar, incessantemente, a existência de Deus e da Alma. Nessas tentativas que ele subestimou-se e errou em não considerar outras coisas menores perante a sua visão de Deus, que seriam o mundo e a humanidade, como dito no terceiro preceito.
 

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Igualdade de gênero.



Feminismo ou movimento feminista é uma luta pela equidade entre os gêneros, uma vez que as mulheres sempre foram tidas como inferiores, ou submissas pela sociedade. Com certeza, até mesmo nos tempos mais longínquos, nem todas as mulheres aceitavam essa situação de inferioridade. Mas só nos últimos tempos esse movimento tem tomado força e garantido diversos direitos às mulheres, tanto no direito ao voto quanto paridade nos salários e cargos, entre outros.

Devemos entender as causas disso. Para isso, faremos uma breve linha do tempo. Lá na Idade Antiga, as mulheres espartanas tinham até mais valor que as atenienses, mas, mesmo assim, era um valor sempre ligado à reprodução (as mulheres espartanas eram as responsáveis por gerar guerreiros). Na Idade Média, com o domínio da Igreja, veio a história da submissão da mulher. Vê-se pela formação da palavra feminina, que, em sua raiz, significa “Fé mínima”, pois nos tempos medievais as mulheres eram consideradas pessoas de fé menor, em uma sociedade extremamente religiosa. Então, a religião européia veio, séculos depois, para o Brasil, que adquiriu os mesmos costumes, recebendo os vômitos da cultura européia, incluindo as idéias com relação à mulher, como apenas alguém que cuidasse da casa, da educação dos filhos, enquanto o homem mandava em todas as questões políticas, sociais e econômicas.

O próprio Machado de Assis denunciava essa situação, demonstrando o quanto a mulher burguesa era alienada à situação real do país, preocupada apenas com suas atividades culturais num contexto de diversos movimentos sociais em relação aos escravos e outras questões. No trecho de “Dom Casmurro” ele satiriza a ‘importância’ das atividades da mulher: “A leitora, que é minha amiga e abriu este livro com o fim de descansar da cavatina de ontem para a valsa de hoje, quer fechá-lo às pressas, ao ver que beiramos um abismo.”

Não podemos esquecer que, ao falar de feminismo, uma das primeiras mulheres que lembramos é de Joana D’Arc. Após a Revolução Francesa (1789), reavivaram as lembranças dessa camponesa que lutou na guerra dos 100 anos, no século XIV.

A questão aqui é que, mesmo após tantos direitos, há aqueles que, com a mente retrógrada feudalista (lembrando que uso aqui o termo feudalismo me referindo à Idade Média, apesar de que feudalismo é modo de produção, e não um período determinado), criticam as feministas, acham que o fato de a mulher querer lutar pelos seus direitos é frescura ou algo parecido. É lamentável que uma mudança plena de mentalidade não ocorra em toda sociedade.



Por: @euadadepressao

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Mundo virtual, Planeta da Juventude.

   A inserção dos jovens no mundo virtual, que ocorre cada vez mais cedo, como qualquer outra coisa, tem suas consequências negativas e positivas, tanto para o próprio jovem quando para a sociedade e o grupo familiar ao redor. Mas, até quando essas influências são ruins? E até onde elas são boas?

   Está claro que a facilidade do acesso à informação vem facilitando esse processo - A informação chega mais rápido aos jovens, que são mais ligados ao mundo virtual. A internet deixou o mundo mais pequeno, qualquer coisa que ocorra lá no Oriente Médio - como o caso da Líbia - além de ser divulgado pela televisão, pode-se sempre procurar uma segunda versão na web.

   Nessa onda vem vários movimentos e passeatas que são, inicialmente, marcadas pelo mundo virtual. Como os exemplos do Oriente Médio, iniciados pelo facebook, ou como outras passeatas, até mesmo no Brasil.

   A internet vem sendo um meio de combater a alienação presente na sociedade atual, comodista, e vem sendo um dos piores inimigos dos conservadores. A internet veio para mudar a vida, e para melhor. Graças a ela, o mundo já não é mais como era antes. Hoje em dia, temos adultos com argumentos de crianças, e crianças com argumentos de adultos. O senso crítico cresceu. E, infelizmente, o crescimento da acomodação foi proporcional.

   À ela foram dados títulos não muito verdadeiros. É como os jogos violentos e a pornografia: Só está aí para quem quer, não adianta culpar a internet pela megalomania de cada um.

   Com ela, os contato entre as culturas aumentou as fronteiras. Pessoas do Brasil podem conversar com pessoas da Alemanha que podem conversar com pessoas do Japão que podem conversar com (poucas) pessoas da África. Vem aproximando as culturas.

 

Por: Uriel Dias de Oliveira

domingo, 6 de novembro de 2011

O eterno embate: Positivistas x Marxistas e os paradoxos do progresso.

Desde o surgimento da sociologia, por volta do século XIX, em um contexto de Revolução Industrial, o homem voltou seu olhar para a análise dos avanços dos meios de produção e sua relação com a sociedade. Augusto Comte, através da ótica positivista, trabalhou com o tema “Ordem e Progresso” (que, aliás, encontra-se na bandeira brasileira), avaliando que a manutenção da ordem é essencial para o progresso, e este é fundamental para o desenvolvimento da sociedade, em constante evolução, encontrando antagonistas, como Marx (nosso grande, eterno e admirável Marx) que discute as controvérsias encontradas na sociedade, a respeito do progresso.

Marx disse que a sociedade vive em constante luta de classes (é até meio clichê dizer isso, mas tem gente que ainda não sabe né), havendo uma relação de explorador e explorado, sempre um levando vantagem sobre o outro, e o dito “progresso” se dá através disso. Apenas a elite usufrui esses avanços na área de produção, enquanto as classes inferiores eram (e até hoje são) exploradas, e o proletariado, dia após dia, trabalha sabendo que pode ser substituído pelo grupo, chamado por nosso amado Karl) de “reserva”, ou desempregados.

Além disso, como conseqüência desse progresso, surge a Indústria Cultural de Massa (analisada por Adorno e outros estudiosos) com a criação dos produtos obsoletos, ou seja, de curta duração, a fim de incentivar cada vez mais a dinâmica do comércio, ditando regras e hábitos considerados “na moda” , a fim de que os consumidores se sintam no dever de comprar produtos relacionados a isso, sem haver a reflexão de que, para essa produção em massa, há conseqüências ambientais, como a destruição de ecossistemas, alterando a harmonia na natureza, por exemplo.

Portanto, o progresso, que é indispensável à vida humana, segundo os positivistas, acaba gerando diversas conseqüências naturais e sociais de cunho negativo, causando esses paradoxos ao se analisar isso.



Por: @euadadepressao



sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Manifesto da ocupação na USP-Butantã

   Como todos sabem há alguns dias a polícia tem reprimido violentamente os  estudantes da USP,no discurso de que estariam garantindo a segurança na Universidade.Aqui vai um manifesto escrito pelos estudantes mostrando a outra versão. 



                               Manifesto da ocupação na USP-Butantã 

   Nós, estudantes da USP, organizados no movimento de ocupação e com apoio dos trabalhadores, lançamos este manifesto a fim de nos posicionarmos frente à sociedade sobre o que vem ocorrendo na Universidade de São Paulo.
   Há uma política repressora que tem avançado contra aqueles que lutam por uma Universidade pública. As ações da reitoria da USP para aprofundar o processo de privatização tem se intensificado – o que se produz dentro da universidade cumpre, cada vez mais, o propósito de atender aos interesses do mercado em detrimento dos interesses de toda população. Com o objetivo de desmontar o caráter público da USP, a reitoria vem tomando medidas para eliminar as forças de resistência na Universidade. Mais de 26 estudantes, além de vários trabalhadores e professores, estão sendo processados por se manifestarem politicamente, através de processos administrativos que visam a eliminação e demissão da Universidade, e processos criminais que visam a prisão.
   Com a justificativa de garantir a segurança, o reitor da USP instaurou, por meio de um convênio, a presença da polícia militar no campus. Com o avanço das perseguições políticas fica evidente que o real objetivo da polícia militar na USP não é o de inibir crimes, mas sim de inibir e combater manifestações políticas e cercear o direito de expressão livre de estudantes e trabalhadores. Num contexto de crise sistêmica do capitalismo, se evidencia, em todo o mundo, o papel da polícia como aparelho armado de repressão aos movimentos sociais que resistem ao avanço da desigualdade e ataques a direitos históricos da população. Na Grécia, durante os protestos contra as políticas de austeridade, os manifestantes têm sido duramente reprimidos. Em Londres e em Madri a situação é muito semelhante. No Chile, um milhão de estudantes vão às ruas exigindo uma educação pública e gratuita, e a violência contra manifestantes é igualmente dura.
   No Brasil, os conflitos em 2009 em Paraisópolis, a repressão cotidiana das UPPs aos moradores dos morros cariocas, e as violências policiais contra ambulantes em luta no centro de São Paulo indicam o mesmo sentido da atual militarização da USP: a repressão policial são ataques àqueles que lutam por seus direitos elementares. E essa repressão, destaque-se, é mendaz: a própria ONU, entidade legitimadora do imperialismo, reconhece a polícia brasileira como sendo a que mais mata no mundo.
   No dia 08/09/2011, o Reitor João Grandino Rodas, sustentado institucionalmente por um Conselho Gestor antidemocrático (apenas 30 % dos membros representam trabalhadores e estudantes juntos), assinou um convênio com a Polícia Militar. Para mascarar os reais propósitos do convênio Rodas-PM, a reitoria da USP se utilizou de maneira oportunista da morte do estudante Felipe Ramos de Paiva, que ocorreu dentro do campus. O que foi omitido é que no dia do assassinato a PM já estava agindo na universidade – inclusive fazendo blitz em frente ao local da ocorrência. Nos últimos dias, para legitimar as violências ocorridas na USP sem explicitar seu caráter político, também se utilizaram de maneira oportunista do mote do “combate as drogas” para, assim, justificar todo clima de medo que têm promovido dentro da Universidade diariamente. Nos morros do Rio e em todas as periferias brasileiras, a repressão possui a mesma faceta: se utilizam de argumentos como o combate ao tráfico de drogas para atacar as liberdades mais elementares de todo o povo pobre.
   O que a mídia não denuncia é que a polícia que enquadra estudantes na USP por porte de maconha é a mesma policia que age com o narcotráfico, recebendo o lucro das vendas com uma mão enquanto reprime com a outra. O que a mídia omite é que a polícia que invade casas na favela e atira em mulheres e crianças com a justificativa de prender traficantes é a mesma polícia que é sócia do tráfico. Isso expressa a hipocrisia de combater o narcotráfico nas universidades e nas favelas, pois os verdadeiros promotores e beneficiados desse mercado, um dos mais lucrativos do mundo, são as industrias farmacêuticas, a polícia, as clínicas privadas, entre outros.
   Essa repressão tem avançado, pois a lei vigente que supostamente descriminaliza o porte de maconha só funciona como uma cortina de fumaça, erguida pelo sistema para dificultar o aprofundamento do debate sobre a legalização da maconha e para criminalizar a pobreza, movimentos sociais e ativistas políticos.
   A atuação da PM em nosso Campus na última quinta feira (27/10) foi apenas mais um de uma série de episódios de acuação de estudantes e servidores da USP pela PM. Na semana passada estudantes da Escola Politécnica foram abordados dentro de seus Centros Acadêmicos. Na Escola de Comunicação e Arte (ECA) um estudante foi revistado pela polícia com a justificativa, no mínimo estranha, de “olhar feio” aos policiais. Nos últimos meses, não foram poucas as averiguações dentro dos Centros Acadêmicos, o que não impediu um roubo no Centro Acadêmico da ECA, apenas uma semana após a revista da PM no local. No dia que culminou com esta ocupação, professores e estudantes foram abordados e revistados em frente à biblioteca da Faculdade de Filosofia Letras e Ciências Humanas (FFLCH). E nessa mesma faculdade, horas mais tarde, três alunos foram detidos por políciais da ROCAM. Ao tentarem impedir a detenção desses colegas, deliberadamente defendida pela diretora Sandra Nitrini, centenas de estudantes foram atacados com bombas de efeito moral, gás lacrimogênio, spray de pimenta, cacetetes e balas de borracha. Vários estudantes foram feridos. Respondemos como pudemos – ou seja, correndo e arremessando paus e pedras.
   O discurso da reitoria tentou justificar a intervenção policial utilizando de maneira oportunista o assassinato de Felipe Ramos Paiva. Outros casos, entretanto, não foram igualmente veiculados pela mídia e pela reitoria – e isso não foi por acaso. Um desses casos foi o da morte do estudante Samuel de Souza, morador do Conjunto Residencial da USP (CRUSP). Ele era negro, pobre, baiano e estudava Filosofia. Samuel morreu dentro da USP por negligência médica da reitoria em relação a uma política de saúde nos campi da USP. Também houve a morte de Cícera, funcionária da lanchonete da Pedagogia, assassinada na favela São Remo, decorrente de uma “bala perdida” disparada pela Polícia. A hipocrisia do discurso da reitoria, que diz combater a violência, fica claro quando sua própria política de precarização foi responsável pela morte do trabalhador terceirizado de limpeza, José Ferreira, em decorrência de um acidente de trabalho.
   Tais relatos nos impõe o questionamento: ao que se presta, de fato, a presença policial na USP?
   O objetivo real da presença policial é garantir a execução de um projeto de universidade, ostensivamente defendido pelo Reitor João Grandino Rodas. Esse projeto político busca submeter a Universidade aos interesses de empresas e fundações privadas, cujo único objetivo é a maximização de seus próprios lucros: e é por isso que as pesquisas sem viés mercadológico são cada vez mais raras na Universidade. A estrutura que sustenta tal projeto é referendada apenas por um pequeno grupo de pessoas, imerso em relações políticas bastante duvidosas com grandes empresas, fundações e o próprio governo do estado de São Paulo. Com a diminuição da verba para trabalhadores efetivos, o aumento da contratação de terceirizados, e sem garantias de contratação de professores e reposição dos aposentados, a universidade que já é fechada para a maioria da população, em especial pobres e negros, se torna ainda mais exclusiva, elitista e mercadológica sob a administração de Rodas, levada a cabo com a mão repressora da Polícia Cívil e Militar.
   Simultaneamente à repressão policial, que ocorre tanto na USP quanto fora dela, a reitoria tenta extinguir os espaços políticos e culturais de organização dos estudantes, como o Núcleo de Consciência Negra, que foi fundado há 23 anos na USP e até o momento não foi legitimado pela universidade, sofrendo com ameaças de demolição do barracão onde desenvolve suas atividades. O CANIL - Espaço Fluxus de Cultura, um dos poucos espaços culturais estudantis da USP-Butantã, sofreu uma tentativa de demolição, que foi barrada pelo conjunto de estudantes. A Moradia Retomada, ocupada devido ao déficit de vagas no CRUSP, continua ameaçada por um mandato de reintegração de posse solicitado pelo Reitor. E o espaço do DCE Ocupado, após reforma, seria re-inaugurado não mais como um espaço autônomo, mas como “Centro de Vivência da Reitoria” – o que foi impedido pelos estudantes. A reitoria tenta silenciar todos os movimentos de resistência da Universidade com uma avalanche de processos. Os processos administrativos baseiam-se no Decreto 52.906, de 1972, Regime Disciplinar instituído sob a égide da Ditadura Militar, que vigora no estatuto da USP como “disposição transitória” há algumas décadas. Segundo este decreto, são considerados atos de “indisciplina” de estudantes, trabalhadores e professores, passíveis da punição, expressa no artigo 248, inciso IV, de “eliminação”, as seguintes práticas: artigo 250 inciso VIII - “promover manifestação ou propaganda de caráter político-partidário, racial ou religioso, bem como incitar, promover ou apoiar ausências coletivas aos trabalhos escolares (greves)” ; inciso IV -“praticar ato atentatório à moral ou aos bons costumes”; inciso II “ (...)afixar cartazes fora dos locais a eles destinados”. As acusações que baseiam os processos tratam ações políticas legítimas como desvios de comportamento e são, ou questionáveis, ou deturpadas. Alguns dos processos foram abertos com base apenas em Boletins de Ocorrência que apresentam, como de praxe, uma versão unilateral dos fatos. No caso dos processos criminais, coloca-se a ameaça de prisão de pessoas com base em acusações forjadas pela Consultoria Jurídica da reitoria para levar a cabo sua perseguição política. As testemunhas em favor da reitoria geralmente são membros das chefias, das guardas ou outros que, tendo vínculos empregatícios com o denunciante, têm seu testemunho enviesado. Esta é uma das maneiras de se produzir as provas falsas. É no mínimo estranho que tenha sido criada, por exemplo, uma delegacia especial para tratar da repressão às ações políticas dos trabalhadores. Lembrando que em 2009 um dos diretores do Sindicato dos Trabalhadores da USP foi demitido por lutar contra a precarização e terceirização na universidade.  A reitoria tenta hoje preparar terreno para avançar rapidamente com as punições contra estudantes, trabalhadores e professores dissidentes da ordem privatista que vem sendo estabelecida. Por isso decidimos cobrir os rostos: pela real ameaça de represália política - e não porque somos ou nos sentimos criminosos. Por esses motivos, somos contrários aos processos contra estudantes e trabalhadores e pela revogação completa destes decretos e processos criminais e administrativos! Somos pela revogação imediata do Convênio entre a PM e a USP! FORA PM!

   Manteremos nossa ocupação até que todas as nossas reivindicações sejam
atendidas.


Fonte:http://www.brasildefato.com.br/


Por:Lucas Rodrigues

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Em nome das Cotas.

  Entenda o porquê de existirem argumentos contra o sistema de cotas.
  Em primeiro lugar,ser contra o sistema de cotas é fácil. É fácil porque, não conhecendo a fundo os dados, não fica difícil dizer que o país está sendo racista e chamando o negro de “burro” ao colocar cotas para ele. Veja bem, quem começou a discutir sobre o sistema de cotas foi o Movimento Negro da década de 80, que reivindicava cotas nas Universidades e ministérios públicos. Eles estariam se chamando de burros?

  Então você poderia me dizer que eles mesmos estariam se inferiorizando. Outro equívoco. Erro mais crasso ainda é dizer que só porque são negros, querem levar vantagens por causa da cor de sua pele. Você me pergunta o por quê. Eu te respondo com uma simples frase: Argumentar que a medida do sistema de cotas é racista e só deteriora a imagem de igualdade social é acreditar no mito da democracia racial no Brasil. O que é esse mito? Talvez muitos não conheçam sua origem, mas usam as idéias desse mito inconscientemente. Esse mito veio contemporâneo à política de supremacia branca nos Estados Unidos da América, com a Lei de Jim Crow que vigorou até meados da década de 60, proibindo o casamento inter-racial, além de proibir negros em transportes públicos, e ter a separação de escolas para brancos e negros (Por mais fútil que pareça, o seriado “Everybody Hates Chris” mostra toda essa realidade) –Lembrando que não foi o Apartheid, pois este ocorreu na África do Sul, no final da década de 40. O mito da democracia racial no Brasil veio a partir da comparação feita entre a situação racial brasileira e a situação estadunidense, que, enquanto esta tinha duas raças completamente separadas, aquela tinha toda uma miscigenação, denotando certa característica democrática, ou seja, sem problemas raciais no Brasil. Acontece que há várias falhas nessa fala (até porque, se não houvesse, não se chamaria mito). Primeiro: Miscigenar é sinônimo de democratizar? Os corajosos que ainda ousam apoiar essa tese dizem que pode não ser sinônimo de democratizar, mas pelo menos não havia leis racistas como nos Estados Unidos. Tudo bem, mas o racismo mesmo assim imperou e impera no Brasil, por mais que a sociedade tape os olhos sobre isso. Como assim? Olhe só, direi um dos fatores,senão o principal, de ter ocorrido a miscigenação: Senhores brancos que, se achando superiores, forçavam suas escravas à prática sexual, gerando filhos mestiços e, segundo a lei, sem pai.(eis aí o motivo de haver  brancos pobres na atualidade). Veja que para comprovar também há o fato de não ter sido comum um casal de homem negro e mulher branca. Será que essa miscigenação então foi no intuito de enriquecer uma cultura?

  Não, eu não estou fugindo do assunto central, as cotas. Veja que está tudo inteiramente interligado. A partir do momento em que você tem em sua concepção que implantar um sistema de cotas é dar vantagem a alguém só pela cor da pele, você parte do princípio que no Brasil não há dívidas sócio-coloniais , e que ambos(negros e brancos) começaram suas jornadas em pé de igualdade, desconsiderando que os negros só conseguiram sua liberdade há 123 anos.

  Sendo assim, as cotas seriam uma política de ação afirmativa, emergencial. Para explicar, temos o trecho retirado da fala do Ministro do STF, Joaquim Barbosa, em 2001:“Uma política de ação afirmativa tem como objetivo corrigir os efeitos presentes da discriminação praticada no passado, tendo por objetivo a concretização do ideal de efetiva igualdade de acesso a bens fundamentais como educação e emprego. As políticas de ação afirmativa significam uma mudança de postura, de concepção e de estratégia do Estado, da universidade e do mercado de trabalho, os quais, em nome do discurso da igualdade para todos, usualmente aplicam políticas e estabelecem critérios de seleção, ignorando a importância de fatores como sexo, raça e cor. Ao reivindicá-las, o movimento negro  e os demais defensores das ações afirmativas não estão discordando do princípio do direito universal, mas sim enfatizando que, numa sociedade com tamanha  desigualdade social e racial, ele não é suficiente para atender os grupos sociais e étnicos com histórico de exclusão e discriminação racial. Estamos, então, lutando pelo reconhecimento da diferença,  uma luta pela eqüidade, pela implementação de políticas universais, sim, mas que caminhem lado a lado com políticas de ação  afirmativa para a população negra.

  Voltando ao assunto dos pobres e brancos. Cotas sociais existem. Existe cota para quem estuda em escola pública. Aí você me pergunta: Então se já tem cotas para escola pública, para que os negros tem uma cota a mais? Será que por que, segundo o relatório de Desenvolvimento Humano de 2005 declarou-se que para cada um negro que fica pobre, 11 brancos saem da pobreza? Será que não tem nada a ver com isso? Será que é por que em 2001 apenas 2% dos negros entraram em Universidades públicas? Cotas para pobres, tanto negros como brancos já existem. Mas não é suficiente para vencer as diferenças histórico-raciais que os negros sofreram. É uma questão de direito e proporcionalidade. Há de fato muito mais pobres negros do que brancos. Há o preconceito embutido quanto à raça. E enquanto essa mentalidade não mudar completamente, ações afirmativas como as cotas são mais do que necessárias.



Por: @euadadepressao