terça-feira, 31 de janeiro de 2012

''Marcha pela dignidade!''

  ''Marcha pela dignidade'' foi um movimento idealizado por policiais civis, policiais militares e bombeiros, que reivindicavam uma melhora salarial para a classe. Esta, que recebe o menor salário de todo o país, e que tem mais trabalho, sendo o Rio de Janeiro um dos estados mais perigosos do Brasil, com alto índice de mortes em serviço dos policiais, que arriscam a vida para ganhar pouco mais de mil reais. Uma miséria paga para alguém que arrisca sua vida.

 Tendo um pai que é secretário jurídico adjunto do sindicado da Polícia Civil (SINDPOL) , tive a honra de participar da marcha, que foi a meu primeiro ato cívico. A concentração foi frente ao Copacabana Palace. O destino era a casa do governador Cabral. Os policiais queriam não só um melhor salário mas, também, o reconhecimento e respeito devido depois do risco que correm.

  Políticos de diferente Partidos (como Flávio Bolsonaro-PP e Marcelo freixo-PSOL) tiveram participação significativa, o que não caracterizou o movimento como um movimento político, eu não vi ninguém fazendo propaganda de Partido algum. O que provou, também, que a questão da segurança no Rio de Janeiro não se restringe a um embate Esquerda x Direita, é uma questão que deve ser entendida por todos.

  A marcha teve a presença de, em torno, 10.000 pessoas, sendo a maioria de Policiais Militares. E contava com participação de todos os municípios do estado. E, se a reivindicação não for atendida pelo governador até o dia 10 de fevereiro, a segurança pública entrará em greve. Sendo que a greve não é o objetivo mas, é a única opção para os servidores conseguirem mais dignidade. Sérgio Cabral é um governador incompetente e omisso. Mas, se a segurança pública entrar em greve, ele terá de se ligar, ou o estado vai acabar entrando em uma grande crise.

  Fotos e Vídeos da Marcha: 












[Dá pra me ver ali no carro de som, com cabelo preto e camisa branca]



Por: Uriel Dias de Oliveira

segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Celebrar a hipocrisia!

A hipocrisia de julgar sua religião a verdadeira e do próximo apenas besteira, a hipocrisia de falar mal de qualquer ato de greve por que atrapalha a rotina de vosso umbigo. A hipocrisia de abrir a boca pra falar de senadores e deputados mas trocou o voto por um tanque de gasolina cheio, a hipocrisia de se dizer vegetariano mas afundar a fuça em um "hambúrguer" de soja. A hipocrisia de dizer ser contra qualquer discriminação  mas atravessa a rua quando alguém de menor sorte cruza seu caminho, e a minha hipocrisia de escrever isso em um contexto que talvez seja insuficientemente análogo aos meus padrões ideológicos , mas mesmo assim acreditando que não só eu, mas mais gente pode ser atingida.

Gabriel Barbosa Rossi.

sábado, 28 de janeiro de 2012

Sobre o ACTA e a censura da internet

   Há poucos dias vimos protestos contra as leis SOPA e PIPA,que poderiam acabar com a internet do jeito que conhecemos.Mas há uma ameaça ainda pior,chamada ACTA,que vem disfarçada de acordo comercial mas afeta a constituição dos países membros.

   Sobre o pretexto de proteger a propriedade intelectual o ACTA consiste em combater a falsificação de produtos e marcas.Mas a lei não especifica bem o que é a propriedade intelectual.Pode ser qualquer informação que possa ser registrada restringida e criminalizada.Ou seja qualquer compartilhamento de uma informação desse tipo poderia ser um crime.

   Mas onde isso afeta a internet?Vamos imaginar que você está no msn conversando com um amigo e decide enviá-lo uma música que não seja de sua autoria.De acordo com o ACTA você poderia ter o acesso a internet cortado,ser multado ou até ser preso.

   Porém o pior não é isso.O ACTA obrigaria os ISPs(os provedores que você paga para acessar a internet) a monitorarem toda a entrada e saída de arquivos de seu computador para procurarem arquivos protegidos por direitos autorais.Isso significa que tudo que tu fazes na internet seria observado.

     O Brasil ainda não participa do acordo.Isso significa que não seremos afetados pelas ações descritas acima.Porém sofreríamos de outra forma,pois muitos sites populares aqui(Facebook,Youtube,a maioria dos sites de downloads) fazem parte dos países membros e poderiam ser fechados por causa do acordo.Isso significa que também ficaríamos desprovidos de grande parte da informação da internet.

   Todos os protestos contra as leis SOPA e PIPA surtiram efeito e a sua aprovação foi adiada há alguns dias.Hoje estamos diante de uma ameaça muito maior chamada ACTA.A maioria dos países da União Européia já assinaram o "acordo comercial".A hora de proteger a internet é agora!

sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Mostrando minha cara.

  Tenho 511 anos, em comparação a alguns vizinhos, sou bastante novo. Durante algum tempo, fui roubado, de todas as maneiras possíveis, embora tenha conseguido minha independência, hoje minha situação não é muito diferente. 

  Tenho consideravelmente muitos filhos, proporcional ao meu tamanho; sou muito grande. Sou bonito, novinho, tenho um estilo tropical, às vezes, tenho a impressão que minha historia foi bastante escondida, esconderam os roubos, as falcatruas e inventaram uma estória honrada.

  Fiquei triste nos anos de chumbo que me atingiram, os meus filhos que sofreram por lutar pela liberdade de expressão, direito às eleições diretas. A ditadura acabou, mas a corrupção ainda continua, a justiça é lenta e nada imparcial.

  Hoje, vejo como a educação e a alimentação de minhas crianças está tão abalada, meus representantes não se importam com meu futuro. A indústria cultural aliena cada vez mais, tira a oportunidade de informação e educação. Festejar o fevereiro e feriados (comerciais) é uma triste morte de esperança intelectual, como diz Renato Russo, na letra da música “Perfeição”.

  Desculpem, mas não tenho condições para sediar uma Copa do Mundo ou Olimpíada, com a situação da educação, saúde e segurança; não coloquem máscaras em mim, passar vergonha é ver meus filhos à míngua do ensino público. Coloque a mão no peito e cante o hino nacional, faça valer a letra, tenha orgulho de mim, sua pátria.

  E como Cazuza sempre pediu, mostrei minha cara, agora, quero saber quem vai pagar para minha gente ficar assim.


  Por: Dennison Lucas

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Sobre a exploração da força de trabalho. [2]

 Relação entre a força de trabalho e a sociedade, e a mais-valia. 


  Vimos, também, que a contratação de um operário implica na compra de uma mercadoria, que é a força de trabalho. Mas, uma vez que a força de trabalho é convertida em mercadoria, todas as leis e regras aplicadas à mercadorias também lhe é aplicável.

  Se a força de trabalho é uma mercadoria, e não pode ser produzida em fábricas, de onde se dá a sua produção?
Suponhamos que os operários já trabalharam demais, e que, exaustos, não conseguem mais. Quase se esgotou a sua força de trabalho. Pode-se comer, descansar, e regenerar as forças para que a força de trabalho volte, e que se possa exercer seu ofício novamente.

  Portanto, a alimentação, a moradia, a alimentação e etc que são as necessidades básicas para se viver que representam o custo da força de trabalho do operário. Mas, podem se juntar com elementos de aprendizagem, no caso de trabalhadores qualificados. Por exemplo, a força de trabalho de uma pessoa que cursou uma faculdade é mais cara do que a força de trabalho da pessoa que só cursou o Ensino Médio.

  Cada tipo de mercadoria tem uma valor diferente. Assim também é com a força de trabalho. Cada força de trabalho diferente possui um preço diferente. A força de trabalho de um pedreiro é diferente da força de trabalho de um professor, por exemplo.

  Na fábrica, o dono compra os combustíveis, os materiais, as máquinas e tudo que é necessário para sua produção. Por fim, compra a força de trabalho dos operários. Logo, a produção pode começar. E essa é a vontade do fabricante. Os combustíveis vão se esgotando, os materiais acabando, as máquinas se desgastando, o prédio também. O operário já precisa repor suas energias. Em compensação, sai da fábrica uma mercadoria. E qual seu preço? É, também, o preço do combustível, o preço dos materiais, da mão-de-obra... Tudo isso é agregado ao valor da mercadoria.

  Agora, vamos lançar um olhar para a sociedade inteira, já que não só o burguês ou o operário nos interessa.  Devemos considerar os meios desta sociedade inteira, que é uma máquina capitalista. A classe capitalista faz trabalhar a classe operária, numericamente maior. Faz trabalhar em campos, fábricas, plantações, minas... Espalhados por todo o mundo, trabalhando como formigas, estão bilhões de operários. O capitalista o paga pela sua força de trabalho, que serve para o próprio capitalista, já que este valor será usado para o operário repor a sua força de trabalho. A classe operária não cria a sua própria renda com os produtos, ela cria a renda dos superiores, ela cria a mais-valia.

  Essa mais-valia vai para o bolso dos superiores por vários meios... Uma parte é embolsada pelo seu próprio lucro, ou é embolsada pelo proprietário e possuidor da propriedade e da terra, outra vai para o Estado capitalista, por meio de impostos, outra é embolsado por todas as pessoas que prestam serviços, sejam de lazer ou de utilidade pessoal, aos operários. Desde palhaços de circo, e diaristas, até as acompanhantes. É por essa mais-valia que vivem muitos parasitas dos operários. Uma parte desta mais-valia é utilizada pelos próprios capitalistas. Seu capital cresce. Aumentam suas empresas, contratam mais mão-de-obra. Máquinas velhas são substituídas pelas novas. Um número maior de operários significa uma mais-valia maior. E, cada vez mais aparecem empresas capitalistas novas. Portanto, cada dia o capital progride mais. E a exploração do trabalho cresce proporcionalmente.

Sobre a exploração da força de trabalho.

  Relação entre fabricantes, operário e força de trabalho.

  Vimos, no outro texto, que o operário vende sua força de trabalho. E, se vende, é porque necessita dela para se sustentar, alimentar a família e sobreviver na sociedade. Há, portanto, uma importância da força de trabalho para o operário que tem ela. Ele depende totalmente de sua força de trabalho. Mas, aparece outra pergunta, por que o burguês compra a força de trabalho do operário?

  Será que é porque os fabricantes desejam sustentar os trabalhadores esfomeados? De nenhum modo. Mas, porque querem tirar todo o lucro deles. Tudo feito na produção capitalista é feito para gerar lucro - desde quando procuram o melhor lugar para vender suas mercadorias até quando compram a força de trabalho de qualquer grupo de operários. Observamos, então, que não é a sociedade capitalista que produz todas as coisas que são necessárias para sua utilidade e sobrevivência. A sociedade sobrevive quando os fabricantes exploram os operários, tentando tirar o maior lucro possível deles.

  Um grande exemplo disso é a produção de bebidas alcoólicas. Sabemos que não se tira nada de bom do alcoolismo. A bebida mistura com o volante, vemos que não trás bom resultado. E, sem contar os milhares de casos de pessoas bêbadas se matando, espancando uns aos outros... Pra que finalidade, portanto, o álcool continua sendo produzido e continua sendo uma droga legalizada? Pois trás o lucro dos fabricantes da bebida. Por incrível que pareça, burgueses conseguem tirar dinheiro até dentre os maiores males do povo.

  Agora, necessitamos entender do lucro...
Ao vender o produto, o fabricante ganha lucro em dinheiro. E o que caracterizado o quando ele ganha é o preço da própria mercadoria. E qual lei define esse preço? Não há como responder, muitas coisas podem mudar esse preço, desde a sua produção, até o tipo da própria mercadoria e a procura do produto. Um exemplo é a, já conhecida, lei de de ''Oferta e procura'', onde quanto mais ''oferta''(quantidade de produtos fornecidos no mercado) menor é o preço, e quando mais a ''procura''(quantidade de pessoas atrás do produto) maior é o preço.

O texto está divido em partes, a segunda já está saindo.

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Sem Globo dia 25/1/2012: Contexto é tudo ...


Eu vejo essa imagem circular no facebook e andei pensando:
Tá, ok, eu até sei que a idéia é ótima, a intenção também, mas vamos meditar amiguinhos...
Colocando em pratos limpos, não estou defendendo a globo, de jeito nenhum. Veja bem, o ibope funciona da seguinte forma: "Por meio dos aparelhos peoplemeters instalados nos domicílios, as emissoras e sua programação são automaticamente identificadas e transmitidas ao IBOPE pelos sistemas de remessa Real Time para as praças Grande São Paulo, Grande Rio de Janeiro, Grande Belo Horizonte, Grande Porto Alegre, Grande Curitiba e Distrito Federal, Recife e Real time 7 mercados e Overnight para as demais praças."
Fonte: www.ibope.com.br

Resumindo, as emissoras de TV baseiam sua audiência de acordo com esse pequeno aparelho instalado em alguns aparelhos de televisão e obviamente se você não tiver esse pequeno aparelho em casa, sinto muito, mas você poderá deixar sua televisão ligada o dia todo, ou desligada que é o caso, em certo canal que nenhuma diferença irá fazer. Agora, experimente ir na despensa da sua casa, ou qualquer outro cômodo e procure produtos nos quais a globo tem patrocínio, "Unilever", "Kraft" e etc.
Percebeu como mesmo assim todo mundo colabora com a divulgação da imagem da emissora? Ok, tudo bem que ficar sem assistir a Globo fará um bem enorme para qualquer cérebro existente, mas acho que um pouco de contexto não faz mal a ninguém.

Por: Gabriel Barbosa Rossi (@gabrielbrossi)

domingo, 22 de janeiro de 2012

Luan Santana: Sente aqui, precisamos conversar ...

"Luan santana afirma que as profissões mais difíceis são: jogador de futebol e cantor." ... 
Convenhamos amigo, enquanto um professor tem um salário em média de 900 reais, para atender de uma só vez 45 pessoas dentro de uma sala pequena, ou um bombeiro que se mantém em um teto salárial com essa mesma média se arriscando dia e noite, você é obrigado a ouvir uma coisa "linda" assim? Agora, se pegar um microfone na mão e cantar músicas que nem foram compostas por você ou chutar uma bola em um país onde tem muita lado fraco pra pouca corda é tão difícil e por uma quantia mensal de no minímo 1 milhão de reais, é, acho que preciso rever meus conceitos.
Você já é bombardeado de todos os lados pela música, pelas promoções em que este artista expõe seu rosto em troca de um cachê milionário, isso tudo durante alguns poucos segundos, tanto em um DVD, CD ou propaganda em que os royalties serão "eternos", assim como qualquer jogador de futebol que no máximo há de chutar uma bola durante a semana e aparecer em algum programa de fofoca durante os finais de semana. 
Agora colocando em pontos um pouco mais específicos, quantos anos do ensino médio o jogador Neymar cursou? E você Luan? No Brasil, ou você nasce com "talento" ou você estuda MUITO. "Parabéns" por afirmar, com intenção ou não que o seu trabalho é mais dificíl e tem mais valor que o de um pai de família, escravo do sistema, que trabalha 12 horas por dia, onde não consegue ao menos algumas horas de lazer com sua família, por não ter tempo nem para repor a energia das horas trabalhadas devido ao trabalho excessivo e ganha no máximo um salário minimo, que devidamente é uma quantia um tanto porca.
Agora sem rodeios, vá bater uma massa Luan Santana, pois ficar deste lado que você está não é nada dificíl.
 Por: Gabriel Barbosa Rossi (@gabrielbrossi)



sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

SOPA, a queda do Megaupload e a vingança dos Anonymous

Quinta-feira, 19 de janeiro, por volta das 16:00 (horário de Brasília), o servidor da gigante de downloads Megaupload caiu, como consequência do SOPA. O Megaupload, não sendo um site com pagamento obrigatório, facilitava a distribuição de arquivos piratas (que o SOPA visa encerrar).

Porém, a queda do Megaupload não foi causada apenas pelo SOPA. A informação oficial é que o site estimulava a pirataria (distribuição de arquivos gratuitamente em seu servidor) e o dono estava envolvido com lavagem de dinheiro.

Como resultado da queda do site e prisão de seu dono, os Anonymous declararam guerra aos americanos. Importantes sites, como o da polícia de Utah, centro de direitos autorais, site do FBI e o próprio site da Casa Branca foram atacados. Dessa vez, com um diferencial: os sites não foram invadidos (hackeados), mas sim, forçados a desligar por meio de um ataque DDoS (Distributed Denial of Service, negação de serviço distribuída), que consiste basicamente, em um acesso maciço de vários computadores ao redor do mundo em um mesmo site (mais acessos do que o servidor consegue suportar, gerando lentidão e eventualmente a queda do servidor). Parece simples, mas são sites com grande influência, então devem ter um grande número de slots (acessos simultâneos que o servidor é capaz de suportar).

É algo impactante, sem dúvida. Mas o SOPA e PIPA não são os únicos problemas. Por que não passamos a dar a devida importância a outros problemas, também de ordem mundial.

Por: Rodrigo Gallert

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Sobre o trabalho assalariado e a automatização do trabalho

    Desde a revolução industrial estamos vendo uma mudança radical na nos padrões de trabalho que movem a sociedade.Os trabalhos que eram feitos pelo homem são cada vez mais feitos pelas máquinas,com o avanço da tecnologia.

    A automatização do trabalho evoluiu tanto que hoje mais de 90% dos trabalhos poderiam ser exercidos por máquinas(por exemplo,uma máquina pode fazer o trabalho de um operário com muito maior qualidade a um tempo bem menor).

   Mas no capitalismo,onde reina o trabalho assalariado e a propriedade privada e o ser humano só pode utilizar algo que seja de sua posse,a automatização do trabalho se torna algo ruim para o grande parte da sociedade.Afinal,um operário precisa do salário que ganha na fábrica para comprar todos os recursos necessários à sua sobrevivência.As máquinas,que deveriam servir à todos aumentando a produção e satisfazendo a necessidade humana,acaba se tornando um inimigo para o operário,pois se a máquina substituir o trabalho de um homem,ele perderá seu emprego e consequentemente não terá acesso aos bens-de-consumo que precisa.

   Portanto a unica forma da automatização do trabalho servir à sociedade de uma forma optimizada é com o fim do trabalho assalariado e da propriedade privada(consequentemente todos poderiam ter acesso ao que quisessem sem o atraso do dinheiro).Enquanto o trabalhador que trabalha em um emprego que poderia ser automatizado(lembrem-se mais de 90% dos empregos poderiam ser) depender de um salário para a sua sobrevivência a tecnologia não conseguirá atingir seu potencial máximo para ajudar a sociedade.


Por:Lucas Rodrigues da Silva

SOPA e PIPA

Dia 24 nos EUA haverá a votação referente ao SOPA (Stop Online Piracy Act) e PIPA (Preventing Real Online Threats to Economic Creativity and Theft of Intellectual Property Act), duas leis que visam censurar a Internet, o SOPA está limitado aos sites hospedados nos Estados Unidos e o PIPA será global.

Recentemente, percebe-se um crescente aumento nos comentários sobre o assunto, boa parte se opondo, uma vez que essas duas leis, unidas, confrontarão a liberdade de expressão que encontramos na internet, mas não encontramos em nossos próprios países, muitas vezes devido a repressão violenta sofrida por passeatas pacíficas, a falta de consciência da população e a cegueira referente a assuntos da mais elevada relevância.

A manifestação, por enquanto, está mostrando bons resultados. Nos EUA, existem passeatas, protestos e ocupações, todas pequenas em tamanho, mas altamente impactante na população regional. Os manifestantes estão usando seus meios (virtuais e reais) pra conscientizar a população geral, e evitar que percamos a liberdade de expressão que só temos aqui.

O lado positivo de toda a manifestação, é que prova que, bem no fundo, escondido sob incontáveis máscaras de futilidade, ignorância, irracionalidade e egoísmo, existe um espírito de liberdade, um "eu" que quer ter seu direito de ser livre inviolado, tanto na internet como na vida real. O problema é que esse espírito de liberdade só pode ser acordado quando se toca em alguma ferida esquecida e perdida no tempo, algo de seu próprio interesse, que influencie em nossas vidas.

A influência da ditadura burguesa (que existe em nosso próprio país, mas a maioria fecha seus olhos pra isso) e da opressão é muito maior que uma lei criada para censurar sites hospedados nos EUA. Porém, a ditadura burguesa é mascarada pela mídia governamental, uma forma fácil e rápida de se fazer lavagem cerebral. O problema não é a mídia ser tendenciosa, o problema é o povo se cegar.

Por: Rodrigo Gallert

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Do trabalho assalariado.

  Vimos, nos outros textos, que a Produção no regime e a Monopolização dos meios de produção são duas características do regime capitalista. Sendo que, a terceira, é um reflexo de ambos as características - O trabalho assalariado.

  Sabemos que, os meios de produção são monopolizados, pelo que iremos chamar de burgueses, e esses possuem a propriedade privada, que caracteriza o meio de produção capitalista. Possui, pois, fábricas e máquinas trabalhando para ele. Os pequeno-artesãos e pequeno-agricultores que perderam seu espaço no mercado possuem agora duas opções: Ou trabalhar na casa de burguês e prestando serviços para outras pessoas, ou ir trabalhar para o burguês nas fábricas, tornando-se escravo do capital. Assim foi a origem do trabalho assalariado, a terceira característica do regime capitalista.

  O que é o trabalho assalariado? Antigamente, ainda nos tempos em que a escravidão tomava todo o globo, podia-se vender e comprar cada servo e cada escravo. Sim, eram seres humanos transformados em mercadoria pelos seus senhores. O escravo não era nada, além de uma mercadoria. De acordo com alguns historiadores, o Império Romano dividia as propriedades necessárias ao trabalho em: ''instrumentos de trabalho mudo'', ou seja, as coisas, ferramentas; os ''instrumentos de trabalho semi-mudos'', que seriam os animais irracionais necessitados, os bois, as vacas; e os ''instrumentos de trabalho falantes'' que são, por fim, os escravos. Tudo possuía o mesmo valor significativo - Tudo podia ser comprado, vendido e trocado.

  A diferença para o trabalho assalariado para o trabalho escravo é que o homem não é, propriamente, vendido ou comprado. Negocia-se, pois, a sua força de trabalho. O trabalhador assalariado é, portanto, livre. Não pode ser vendido, comprado ou obrigado à nada. Então, praticamente, o trabalhador aluga seus serviços em troca de um salário - Onde surge o nome, trabalhador assalariado. Seria essa uma liberdade? Como dizem os burgueses, ''Se não quiser, não trabalhe, ninguém te obriga'', e até mesmo insinuam que sustentam o trabalhador, dando-o condições de trabalhar para lucrar, dizendo que tanto operário quanto patrão estão no mesmo pé de igualdade.

  Conhecendo a verdade, é visível que nem operário nem patrão estão em mesmo pé de igualdade. O trabalhador está ligado ao capital pela necessidade. Necessidade de comer, de sobreviver, de sentir prazer... Isto que os faz trabalhar, isto é, vender a força de trabalho. Não há outra escolha para o pobre operário pois, é impossível para ele organizar sua própria produção, já que os meios já pertencem aos particulares.

  A liberdade que tem o trabalhador de vender sua força de trabalho e a liberdade que o patrão tem de comprá-las e essa ''igualdade'' que existe entre o patrão e o subordinado é uma cadeia do regime capitalista. Nessa cadeia, uma coisa depende da outra, uma não existe sem a outra. Pois, se uma deixar de existir, a cadeia cai. Por exemplo: Se o trabalhador para de vender sua força de trabalho, o patrão não pode comprá-la, e a suposta liberdade deixa de existir.

  No capitalismo, aquele que trabalha não possui nenhum meio de produção. Não pode, pois, utilizar da sua força de trabalho para si mesmo. E, para não morrer de fome, vende-se para um patrão. E, há o surgimento de outro mercado, além o de comércio de mercadorias, o mercado que os proletários (trabalhador assalariado) vendem sua força de trabalho. Chegando a conclusão de que, a própria força de trabalho se converte em mercadoria.

Por: Uriel Dias de Oliveira

domingo, 15 de janeiro de 2012

Palestra de Jacques fresco no Reino Unido

  Hoje,postarei ao invés de um texto um vídeo para variar um pouco.Assisti a essa palestra de Jacques Fresco e achei sua visão de mundo genial,espero que gostem.

Obs:Para assistir ao vídeo com legendas,basta clicar no ícone cc{este fica em uma seta que aponta para cima ao lado do ícone "watch later"(uma cruz)}




sábado, 14 de janeiro de 2012

Manifesto dos Iguais.

  Um ótimo texto feito por Gracchus Babeuf, Marxista Francês, ao povo do seu país. Aproveitem!


''Povo da França!

Durante perto de vinte séculos viveste na escravidão e foste por isso demasiado infeliz. Mas desde há seis anos que respiras afanosamente na esperança da independência, da felicidade e da igualdade.

A igualdade! - primeira promessa da natureza, primeira necessidade do homem e elemento essencial de toda a legítima associação! Povo da França, tu não ficaste mais favorecido do que as outras nações que vegetam sobre esta mísera terra! Sempre e em qualquer lado, a pobre espécie humana, vítima de antropófagos mais ou menos astutos, foi joguete de todas as ambições, pasto de todas as tiranias. Sempre e em qualquer lado se adulou os homens com belas palavras, mas nunca e em lugar nenhum obtiveram eles aquilo que, através das palavras, lhes prometeram. Desde tempos imemoriais se vem repetindo hipocritamente: os homens são iguais. Mas desde há longo tempo que a desigualdade mais vil e mais monstruosa pesa insolentemente sobre o gênero humano.

Desde a própria existência da sociedade civil, o atributo mais belo do homem vem sendo reconhecido sem oposição, mas nem uma só vez pôde ver-se convertido em realidade: a igualdade nunca foi mais do que uma bela e estéril ficção da lei. E hoje, quando essa igualdade é exigida numa voz mais forte do que nunca, a resposta é esta: "Calai-vos, miseráveis! A igualdade não é realmente mais do que uma quimera; contentai-vos com a igualdade relativa: todos sois iguais em face da lei. Que quereis mais, miseráveis?" Que mais queremos? Legisladores, governantes, proprietários ricos; é agora a vossa vez de nos escutardes.

Todos somos iguais, não é verdade? Este é um princípio incontestável, porque ninguém poderá dizer seriamente, a não ser que esteja atacado de loucura, que é noite quando se vê que ainda é dia. Pois bem, o que pretendemos é viver e morrer iguais já que como iguais nascemos: queremos a igualdade efetiva ou a morte.

Não importa qual o preço, mas havemos de conquistar essa igualdade real. Ai daqueles que se interponham entre ela e nós! Ai de quem se oponha a um juramento formulado desta forma!

A Revolução Francesa não é mais do que a vanguarda de outra revolução maior e mais solene: a última revolução.

O povo passou por cima dos corpos do rei e dos poderosos coligados contra ele; e assim acontecerá com os novos tiranos, com os novos tartufos políticos sentados no lugar dos velhos.

De que mais precisamos além da igualdade de direitos?

Temos apenas necessidade dessa igualdade, da qual resulta a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão: queremos vê-la entre nós, sob o teto das nossas casas. Estamos dispostos a tudo, a fazer tábua-rasa de tudo o mais, apenas para conservar a igualdade. Pereçam, se for necessário, todas as artes, desde que se mantenha de pé a igualdade real!

Legisladores e governantes, com tão pouco engenho como boa fé, proprietários ricos e sem coração, em vão tentais neutralizar a nossa sagrada missão dizendo: "Eles não fazem mais do que reproduzir aquela lei agrária exigida já por diversas vezes no passado".

Caluniadores, calai-vos pela vossa parte e, em silêncio de confissão, escutai as nossas pretensões, ditadas pela natureza e baseadas na justiça.

A lei agrária, ou a divisão da terra, foi aspiração momentânea de alguns soldados sem princípios, de algumas populações incitadas pelo seu instinto mais do que pela razão. Nós temos algo de mais sublime e de mais eqüitativo: o bem comum, ou a comunidade de bens! Nós reclamamos, nós queremos desfrutar coletivamente dos frutos da terra: esses frutos pertencem a todos.

Declaramos que, posteriormente, não poderemos permitir que a imensa maioria dos homens trabalhe e esteja ao serviço e ao mando de uma pequena minoria.

Há muito tempo já que menos de um milhão de indivíduos tem vindo a dispor de quanto pertence a mais de vinte milhões de semelhantes seus, de homens que são em tudo iguais a eles.

Devemos pôr termo a este grande escândalo, que os nossos netos não quererão acreditar possa ter existido! Devemos fazer desaparecer, finalmente, essas odiosas distinções de classes entre ricos e pobres, entre grandes e pequenos, entre senhores e servos, entre governantes e governados.

Que entre os homens não exista mais nenhuma diferença do que aquela que lhes é dada pela idade e pelo sexo. E, porque todos temos as mesmas necessidades e as mesmas faculdades, que exista, portanto, uma única educação para todos e um idêntico regime de alimentação. Toda a gente se sente satisfeita por dispor do sol e do mesmo ar que respira. Porque não há de acontecer o mesmo com a quantidade e a qualidade dos alimentos?

Mas é verdade que já os inimigos da ordem de coisas mais natural que imaginar se possa protestam e clamam contra nós.

Desorganizadores e facciosos, dizem-nos eles, vós só desejais que exista anarquia e massacre.

Povo da França!

Não desejamos perder tempo a responder a esses senhores, mas a ti dizemos-te: a sagrada tarefa em que estamos empenhados não tem outro objetivo que não seja pôr termo às lutas civis e à miséria pública.

Nunca foi concebido e posto em execução um plano mais vasto do que este. De vez em quando, alguns homens de talento, homens inteligentes, falaram em voz baixa e temerosa desse plano. Mas nenhum deles, claro, teve a coragem necessária para dizer toda a verdade.

Chegou a hora das grandes decisões. O mal encontra-se no seu ponto culminante, está a cobrir toda a face da terra. O caos, sob o nome de política, há já demasiados séculos que reina sobre ela. Que tudo volte, pois, a entrar na ordem exata e que cada coisa torne a ocupar o seu posto. Ao grito de igualdade, os elementos da justiça e da felicidade estão a organizar-se. Chegou o momento de fundar a República dos Iguais, este grande refúgio aberto a todos os homens. Chegaram os dias da restituição geral. Famílias sacrificadas, vinde todas sentar-vos à mesa comum posta para todos os vossos filhos.

Povo da França!

A ti estava, pois, reservada a mais esplendorosa de todas as glórias! Sim, tu serás o primeiro que oferecerá ao Mundo este comovedor espetáculo.

Os hábitos inveterados, os antigos preconceitos, farão novamente tudo para impedir a implantação da República dos Iguais. A organização da igualdade efetiva, a única que satisfaz todas as necessidades sem provocar vítimas, sem custar sacrifícios, talvez em princípio não agrade a todos. Os egoístas, os ambiciosos, rugirão de raiva. Os que conquistaram injustamente as suas possessões dirão que está a cometer-se uma injustiça em relação a eles. Os prazeres individuais, os prazeres solitários, as comodidades pessoais, serão motivo de grande pesar para os indivíduos que sempre se caracterizaram pela sua indiferença ante os sofrimentos do próximo. Os amantes do poder absoluto, os miseráveis partidários da autoridade arbitrária, baixarão pesarosos as suas soberbas cabeças perante o nível da igualdade real. A sua visão estreita dificilmente penetrará no próximo futuro da felicidade comum. Mas que podem fazer alguns milhares de descontentes contra uma massa de homens completamente satisfeitos de terem procurado durante tanto tempo uma felicidade que sempre tiveram à mão?

Logo que se verificar esta autêntica revolução, estes últimos, estupefatos, dirão uns aos outros: "Como custava tão pouco conseguir a felicidade comum! Era necessário apenas ter o desejo de alcançá-la. E por que não fizemos isso há mais tempo?" Será preciso repetir sempre uma e outra vez? Sim, sem dúvida, basta que sobre a terra um homem seja mais rico e mais poderoso do que os seus semelhantes, do que os seus iguais, para que o equilíbrio se quebre e o crime e a desgraça invadam o Mundo.

Povo da França!

Quais os sinais que nos permitem reconhecer as qualidades de uma Constituição? Aquela que se apóia integralmente sobre a igualdade é, na realidade, a única que te convém, a única que satisfaz as tuas aspirações.

As cartas aristocráticas dos anos 1791 e 1795, em vez de romper as tuas cadeias, vieram consolidá-las. A de 1793 supôs ser um grande passo no sentido da igualdade real, mas não conseguiu todavia esse objetivo e não apontou diretamente para a igualdade comum, embora consagrasse solenemente o grande princípio dessa igualdade.

Povo da França!

Abre os olhos e o coração para a plenitude da felicidade; reconhece e proclama conosco a República dos Iguais.''

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Sobre o crescimento econômico e o desperdícios de recursos

  Vivemos em um sistema econômico-social chamado capitalismo.Nesse sistema a quantidade de consumo é proporcional à quantidade de lucro.Ou seja quanto maior for a quantidade de consumo maior será o lucro dos produtores.

  Mas essa lógica econômica não está tornando os bens-de-consumo duráveis.Pense bem,se quanto mais consumo maior lucro,os produtos serão planejados para não durarem muito tempo e o consumidor terá de comprar outro,aumentando a economia.Isso se chama obsolência planejada.

   Esse modelo econômico gera também outras consequências.Aumenta a quantidade de lixo e também a quantidade de recursos reutilizáveis nesse lixo.Às vezes um produto precisa ser trocado por causa de uma peça por causa da obsolência planejada e todo o material utilizável de um bem de consumo se perde no meio dos lixões.

  Essa regra já perpetuada em nossa sociedade atingiu um ponto em que consumimos desenfreadamente sem pensar nas consequências que poderíamos fazer a natureza sofrer.Junto ao rápido crescimento da economia começamos a consumir em um ritmo muito mais rápido que a taxa de regeneração da natureza e alguns recursos finitos estão se esgotando,como é o caso do petróleo e da água potável.Chegará um ponto em que muitos recursos essenciais para a vida estarão esgotados se continuarmos consumindo dessa maneira.

  Concluo portanto que o crescimento econômico no capitalismo é inversamente proporcional à sustentabilidade do planeta e consequentemente da sociedade(afinal fazemos parte do planeta Terra).É impossível crescer para sempre num planeta finito.
Porém não percebemos isso e estamos cavamos nossa própria cova.


Por:Lucas Rodrigues da Silva

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Um pouco de história: Da transição do ofício para a manufatura, pontos, aspectos e consequências.


A manufatura se caracteriza em dividir o processo de produção do ofício tornando-o mais rápido e barato. Contextualizando, antes do processo de transição do ofício da idade média, para a manufatura, a oficina se baseava em três segmentos de trabalho, dos quais eram: Mestre, jornaleiro e aprendiz. Nessa relação, implicava que o mestre era o dono da oficina e que detinha o maior conhecimento sobre o ofício, mesmo sendo intitulado MESTRE ,não existia o sentimento nem o conceito dado ao “patrão” do século XX, pois então, um mestre não era um “patrão”moderno.
            Seguindo esse raciocínio, a relação dentro da oficina, também se baseava no fato de não haver o sentimento de divisão do trabalho e lar – que se dá a partir do século XIX com o auge do capitalismo e a revolução industrial-, pois ambas as partes eram anexas, o que tinha como conseqüência o fato de que o trabalho não propriamente se misturava, isso principalmente para mestre e aprendiz que geralmente moravam juntos.
            Dando sentido ao jornaleiro, este poderia ser tanto um mestre falido ou um aprendiz que não se tornou de fato mestre ao término do aprendizado. Trabalhava por dia, por isso o pseudônimo de “jornaleiro”, que advinha de jornal, no caso, todos os dias. Seguindo com as relações de trabalho na oficina, o aprendiz,  este era alguém que havia sido indicado por outro mestre da região ou por alguém da própria família do mestre, por esse motivo muitas vezes mestre e aprendiz moravam juntos. O aprendizado durava de 7 a 8 anos para ter a POSSIBILIDADE de se chegar ao titulo de mestre.
            Para isso havia uma avaliação do aprendizado, essa avaliação se dava pela presença de todos os mestres da região, e se chamava “banca” – por isso chamamos de banca os que avaliam os trabalhos de conclusão de curso -. Esta banca priorizava dois pontos: Qualidade e Habilidade. Se o aprendiz tivesse sucesso ele teria o direito de abrir sua própria oficina e receber seu titulo de mestre. E era extremamente esse fator “qualidade”  eu impedia que houvessem oficinas demais, fabricando demais, onde os produtos seriam de qualidade inferior, onde “manchariam” o emprego do ofício, , que até o século XVIII se fazia da mais alta honra e que também explica porque um jornaleiro mesmo tendo maior conhecimento que um aprendiz não chegaria ao posto de mestre, a não ser que voltasse a condição de aprendiz. Esses fatores foram culminantes no atraso da evolução do sistema capitalista que mais tarde seria inevitável.
            Quando surgem algumas idéias mais liberais nesse mesmo período, o contexto muda e se começa a pensar em uma produção em maior escala, isso é claro, por alguns mestres apenas. O que justifica isso é que nas oficinas os mestres só aceitavam encomendas de produtos até onde havia capacidade de produção com qualidade, e que era bem limitada, pois ele sozinho passava por todas as etapas da formação do produto, por exemplo, se fosse um sapato, seria desde o abate do boi até os últimos detalhes da costura. Em conseguinte, durante a transição para a manufatura o trabalho começa a se transformar em coletivo, onde os próprios mestres que detinha todo o conhecimento sobre o ofício começam a ter apenas uma especificação sobre a produção de terminado aspecto, gerando um afunilamento do conhecimento, criando uma cadeia de pessoas especializadas e que, segundo Marx, aprimoravam tanto seu conhecimento em uma única área a ponto dos próprios trabalhadores adquirissem habilidade para produzir muito em menos tempo e sem tanto cansaço, como se a mente se desligasse e com que o trabalho fosse repetitivo e automático.
            Isso gerou uma desvalorização do ofício, que era passado em gerações e como o conhecimento sobre determinado ofício era enorme, existia um status no período, o que não era fácil de conseguir em um sistema feudal. Quando o trabalho se torna especializado e programado, o trabalhador começa a repudiar sua função, gerando uma conseqüência mais contemporânea, o trabalhador não mantém a mesma função, sempre mudando de emprego abrindo um leque de especificações, mas nunca um conhecimento completo. A partir de transição a manufatura se divide em duas, a manufatura orgânica e a heterogênea. A orgânica se caracteriza pelo trabalho especifico e coletivo de UM MESMO OFÍCIO para uma criação em larga escala. Já o trabalho na manufatura heterogênea se caracteriza pela mistura de ofícios, onde cada indivíduo especializado faz uma peça para criar um produto que tem o resultado de vários sistemas, cada um em pontos específicos, como ,por exemplo, um trem, onde precisasse de um carpinteiro, um ferreiro e etc.
            Então, apenas colocando em debate a transição do ofício para a manufatura, percebe-se como o alguns pontos são relevantes em cada sistema, desde priorizar a qualidade e deixá-la de lado, ao repúdio pelo trabalho que antes era motivo de  orgulho.
            

Por: Gabriel Barbosa Rossi

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Monopolização dos ''meios de produção''.

  Como dito antes, a produção de mercadorias para o comércio caracteriza o capitalismo. Mas, não um caráter suficiente para definir o capitalismo. Necessitam-se de outras características. Porque é totalmente possível uma produção de mercadorias não ser capitalista. Por exemplo, a produção feita por pequenos artesãos, como encontrados nas ruas das grandes cidades. Eles produzem para o mercado, e são, por consequência, mercadorias, e sua produção é uma produção de mercadorias.

  Porém, no caso dos artesãos quanto em tantos outros casos, trata-se de uma produção comum, e não de uma produção capitalista. Para que a produção dos artesãos sejam uma produção capitalista, é preciso que, de um lado, os meios de produção se convertam em uma propriedade. Uma propriedade de uma classe pouco numerosa de pessoas conhecidas como ''burgueses''. E, que pelo outro lado, os artesãos se tornem operários que trabalham na fábricas desses burgueses.

  Deduzimos, então, que a monopolização dos meios de produção, e a própria produção capitalista trazem a ruína da maioria (como no exemplo dos operários) e o sucesso da minoria (os burgueses). Essa é a base de toda economia capitalista. E tem um efeito que deve ser considerado o mais importante: Enquanto os ricos enriquecem, os pobres acabam ficando mais pobres. Portanto, é impossível viver em uma igualdade enquanto o capitalismo existir. E o capitalismo não acabará enquanto houver a propriedade privada e o lucro dos burgueses.

  E, nesse ponto, concordamos com Proudhon. ''A propriedade privada é um roubo''. Porque, enquanto está na mão de uma pequena porcentagem de pessoas ricas, é de impossível acesso para as camadas mais baixas. E, por isso, é necessário a abolição da propriedade privada. Sendo de igual necessidade a abolição do meio de produção capitalista.

  Portanto, a monopolização dos meios de produção, que pertencem aos burgueses, é a segunda característica do capitalismo.

Por: Uriel Dias de Oliveira 

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Da produção no regime capitalista.

  Primeiro, se repararmos como se desenvolveu a produção no regime capitalista, notaremos que, deste modo de produção, originam-se mercadorias. Mercadoria não é um produto qualquer. É, antes de tudo, um produto destinado ao mercado. Ou seja, para suprir necessidades gananciosas e para o lucro. O que diferencia o produto de uma mercadoria é que o primeiro é destinado a atender nossa própria necessidade.

  Por exemplo, quando um camponês faz sua plantação de trigo. E, do trigo, faz pão, é somente um produto. Quando um latifundiário planta milhões de sementes de trigo, e produz pão para que seja vendido em um grande mercado consumidor, o pão se torna uma mercadoria. O produto, portanto, se torna mercadoria quando é produzido e vendido, pertencendo ao comprador, e não ao produtor.

  No meio de produção do regime capitalista, tudo produzido é destinado à venda. Tudo é mercadoria. Porque o fabricante não faz para seu próprio consumo. Faz com a finalidade do lucro. Da venda. No capitalismo tudo se passa assim, seja qual for o produto.

  E a produção de mercadorias pressupõe a presença de propriedade privada. E sempre que existe propriedade privada, ou mercadoria, há uma coisa chamada de ''concorrência'', caracterizada como  uma luta em torno do comprador.

  Sendo assim, a primeira característica do regime capitalista é a produção de mercadorias, que seriam produtos destinados ao mercado.

Carta aos jovens brasileiros.

  Aqui, um texto de quem é o meu preferido político atual, Plínio de Arruda Sampaio.



''Pediu-me um dos seguidores do meu twitter que escrevesse uma carta dirigida aos brasileiros jovens.

Não me sentiria autorizado a fazê-lo, se não estivesse recebendo tantas manifestações de apoio como tenho recebido desde a campanha eleitoral.

Propostas tão mal recebidas pelas pessoas maduras, foram acolhidas com entusiasmo pelos jovens e pelas pessoas idosas.

Curiosa esta fissura entre a juventude e a velhice e as pessoas que estão no comando do país. Demonstração evidente de que os dirigentes não o estão conduzindo corretamente e prenúncio de importantes modificações políticas.

O que posso dizer a vocês, jovens, em retribuição ao apoio que me têm dado?

Penso que devo apenas repetir o que falei nos debates: ninguém consegue ser feliz em uma sociedade tão desigual como a nossa.

A solução para essa desgraça é uma só: substituição do poder burguês pelo poder popular. Isto se chama: socialismo.

O jovem vive um período de formação.

Sua maior contribuição para o socialismo, nesse período, é o estudo da nossa realidade e da teoria marxista.

Estudo não quer dizer apenas leitura de livros. Exige igualmente experiência, ação, participação nos assuntos importantes da sociedade.

É isto que gostaria de pedir a vocês. Cuidem da sua formação intelectual, porque o Brasil precisa de gente preparada, mas cuidem igualmente da formação que se obtém na prática, na ação.

Coloco-me inteiramente à disposição da juventude brasileira, para colaborar na construção de uma sociedade igualitária, justa e democrática – uma sociedade socialista.

Vamos, juntos, revolucionar este país!''

domingo, 8 de janeiro de 2012

De Onde Vêm as Idéias Corretas?

  Mais uma citação. Dessa vez, do   "Grande Timoneiro", como era conhecido Mao Zedong na China.

''De onde vêm as idéias corretas? Caem do céu? Não. São inatas dos cérebros? Não. Só podem vir da prática social, dos três tipos de prática: a luta pela produção, a luta de classes e os experimentos científicos na sociedade. A existência é sócia do povo e determina seus pensamentos.

Uma vez dominados pelas massas, as idéias corretas, características da classe avançada, se converterá em uma força material para transformar a sociedade e o mundo.

Na prática social, a gente se enfrenta com todo tipo de lutas e extrai ricas experiências de seus êxitos e fracassos. Inumeráveis fenômenos da realidade objetiva se refletem nos cérebros das pessoas por meio dos órgãos e seus cinco sentidos, a visão, a audição, o olfato, o paladar e o tato.

Ao começar, o conhecimento é puramente sensitivo. Ao acumular-se este conhecimento o mesmo produzirá um salto e se converterá em conhecimento racional, em idéias. Este é o processo do conhecimento.

É a primeira etapa do processo de conhecimento em seu conjunto, a etapa que conduz da matéria objetiva à consciência subjetiva, da existência das idéias.

Nesta etapa, porém não se tem comprovado se a consciência e as idéias (incluindo teorias, políticas, planos e resoluções) reflitam corretamente as leis da realidade objetiva, como também não podem determinar se são justas.

Logo se apresenta a segunda etapa do processo de conhecimento, a etapa que conduz da consciência à matéria, das idéias à existência, isto é, aplicar na prática social o conhecimento obtido na primeira etapa para ver se essas teorias, políticas, planos e resoluções podem alcançar as conseqüências esperadas.

Falando em geral, os que derem bons resultados são adequados, e os que derem maus resultados são errôneos, especialmente na luta da humanidade contra a natureza.

Nas lutas sociais, as forças que representam a classe avançada às vezes tem algum fracasso, mas a causa não é de que suas idéias sejam incorretas, mas na verdade da correlação das forças em luta, as forças avançadas ainda não são tão poderosas naquele momento quanto as forças reacionárias, e conseqüentemente fracassam temporariamente, porém alcançam os êxitos previstos mais cedo ou mais tarde.

Depois das provas da prática, o conhecimento do povo realizará outro assalto, que é mais importante que o anterior. Porque só mediante o segundo salto poderá provar o que ocorreu de errado e certo no primeiro salto de conhecimento, isto é, das idéias, teorias, políticas, planos e resoluções formadas durante o curso da reflexão da realidade objetiva.

Não há outro método para comprovar a verdade. A única finalidade do proletariado e seu conhecimento do mundo são transformar o mesmo.

O pequeno só pode ganhar um conhecimento correto depois de muitas reiterações do processo que conduz da matéria à consciência e da consciência à matéria, quer dizer, quer dizer, da prática ao conhecimento e do conhecimento à prática.

Está é a teoria marxista do conhecimento, é a teoria materialista dialética do conhecimento.

Porém muitos dos nossos camaradas não compreendem está teoria do conhecimento.

Quando lhes é perguntado de onde extraem suas idéias, opiniões, políticas, métodos, planos, conclusões, eloqüentes discursos e longos artigos, consideram estranha a pergunta e não podem responder.

Encontramos freqüentemente incompreensíveis fenômenos de salto na vida cotidiana em que a matéria pode transformar-se em consciência e a consciência em matéria.

Por isso, é preciso educar nossos camaradas na teoria materialista dialética do conhecimento para que orientem corretamente seus pensamentos seja para investigar e estudar bem, seja para realizarem um balanço correto de suas experiências, para que superem suas dificuldades, cometam menos erros, trabalhem bem e lutem esforçadamente para converter a China numa grande potência socialista e ajudar as grandes massas dos povos oprimidos e explorados do mundo, cumprindo assim os grandes deveres internacionais que havemos de assumir.''

quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Zeitgeist - Todos os Filmes.



  ''Fundada em 2008, O Movimento Zeitgeist é uma organização de defesa de Sustentabilidade, que realiza o ativismo baseado na comunidade e acções de sensibilização através de uma rede dos capítulos Global / Regional, das Equipas de Projecto, eventos anuais, Mídia e Caridade.

  O foco do Movimento princípio inclui o reconhecimento de que a maioria dos problemas sociais que afligem a espécie humana neste momento não são o resultado exclusivo de alguns corrupção institucional, a escassez, uma política política, uma falha de "natureza humana", ou outras hipóteses comumente realizada de causalidade.

  Pelo contrário, O Movimento reconhece que questões como a pobreza, corrupção, colapso, falta de moradia, guerra, fome e coisas do género parecem ser "sintomas" nasceu de uma estrutura antiquada social. Enquanto as etapas intermediárias e Reforma Comunitário de Apoio temporal são de interesse para o Movimento, o objetivo aqui é definir a instalação de um novo modelo sócio-econômico baseado em Gestão de Recursos tecnicamente responsável, alocação e distribuição através do que seria considerado o método científico de problemas de raciocínio e de encontrar soluções otimizadas. [...]''


  E aqui estão os 3 filmes feitos pelo Zeitgeist Moviment. Vou colocar para que o leitor esclareça sua dúvida e conheça o movimento. Não vou opinar agora. Tirem suas próprias conclusões. Nossas análises sobre o filme serão feitas aos poucos.

  Todos os filmes são altamente recomendados. Ótimos questionamentos e uma sólida busca pela resposta para cada uma das questões levantadas.

ZEITGEIST - O Filme


ZEITGEIST - Addendum



ZEITGEIST - Moving Forward


Por: Uriel Dias de Oliveira

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Quando a música manipula e quando liberta.

  Hoje em dia está na moda escutar bandas como Restart e Cine. Bandas que, na minha opinião, devem ser diferenciadas de artistas verdadeiros como Renato Russo e Cazuza. Tudo isso por uma simples diferença: Uns são produtos da mídia, que invadiu a indústria da música com bandas que possuem letras que nos afastam de nossa realidade social, sobretudo, nos alienando.

  E a indústria da música é tão poderosa que consegue arrastar legiões de pessoas para os seus interesses. Na maioria, jovens. São atraídos com letras altamente apelativas de um sentimentalismo que tem andado muito falso e imaturo. Nesse caso, a música te manipula. Passa a ser só mais uma indústria burguesa.

  Agora, o movimento conhecido como ''Punk Rock'' surgiu como uma alternativa para a moda que estava sendo lançada. A música falava dos problemas sociais do subúrbio dos Estados Unidos da América, e mais tarde foi espalhado pelo Brasil.

  Por muitas vezes o movimento Punk foi confundindo com um movimentos político, mesmo que muitos dos punks sejam apolíticos, a grande maioria é de esquerdistas: sejam comunistas ou anarquistas.Mostrava a juventude como uma parte realmente revolucionária da sociedade.

   Os movimentos jovens das gerações passadas eram todos uma crítica à todas as maldades que acontecia nesse mundo.Não só uma crítica,mas uma luta concreta.Uma luta não só artística,mas ideológica à realidade social do sistema.A música era um movimento libertário da juventude.

  Porém com o avanço do capitalismo e dos meios de comunicação burgueses a música e a arte vem deixando de ser um movimento social contra o sistema.Se tornou apenas mais uma mercadoria para o mercado capitalista,que da muitos lucros por sinal.

  Como consequência disso a juventude vem perdendo cada vez mais sua característica revolucionária,pois está sendo alienada por uma arte capitalista que não mostra o mundo como é de verdade,mas sim por idéias fúteis e imaturas,que vem firmando uma ideologia dentro da mente jovem.Uma ideologia vendida,como qualquer outra coisa dentro do capitalismo.É nisso que a música está se transformando.Uma mercadoria.


Por: Lucas Rodrigues e Uriel Dias. 

terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Contradições principais do regime capitalista.

  Neste fim de semana não teve texto de outros marxistas, como combinado, devido à festa de ano novo. Então, deixo para vocês esse ótimo, e curto, texto de Nicolai Bukharine.

  ''Agora, é preciso indagar se a sociedade burguesa está bem construída. Uma coisa só é sólida e boa quando todas as suas partes se ajustam bem. Tomemos, para exemplo, um mecanismo de relógio: ele só funciona regularmente e sem parar, quando cada roda se adapta bem à roda vizinha, dente por dente. Consideremos, agora, a sociedade capitalista. Notamos, sem esforço, que ela não está solidamente construída, como parece, e que, pelo contrário, deixa transparecer grandes contradições e. apresenta graves fendas.

  Antes de tudo, no regime capitalista, não existe produção nem repartição organizadas das mercadorias; há anarquia da produção. Que significa isto? Significa que cada patrão capitalista (ou cada associação de capitalistas) produz as mercadorias independentemente dos outros. Não é a sociedade inteira quem calcula o que lhe é preciso, mas simplesmente os industriais que fazem fabricar, visando somente à realização do maior lucro possível e a derrota de seus concorrentes no mercado. Por isto, produzem-se, por vezes, mercadorias em excesso (trata-se, evidentemente, da situação anterior à guerra) e não se pode comercializá-las, desde que os operários não podem comprá-las, por falta de dinheiro. Então, sobrevém uma crise: as fábricas são fechadas, os operários postos no olho da rua.

  Ainda mais, a anarquia na produção arrasta consigo a luta pelo mercado; cada produtor quer retirar ao outro seus compradores, atraí-los para o seu lado, açambarcar o mercado. Esta luta assume diversas formas, múltiplos aspectos, começando pela luta entre dois fabricantes e acabando pela guerra mundial entre os Estados capitalistas para a partilha dos mercados do mundo inteiro. Não se trata mais, aí, apenas das partes integrantes da sociedade capitalista que se entrosam uma na outra, mas de um verdadeiro choque entre elas.''