quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Falando de 64.

  O que eu gosto de chamar de ''Período Negro'' da história do Brasil, que foi o Regime (ou Ditadura) Militar de 64, perdurou até o ano de 1985, quando entrou em crise. Como o nome diz, começou no ano de 1964.

  Na época do Regime, que começou com Castello Branco, os presidentes não eram escolhidos por votos democráticos e tão pouco eram presidentes de verdade. Tendo em vista que um presidente só pode ser eleito por meios democráticos, como o voto. Na verdade, eram generais escolhidos por uma junta de comandantes das Forças Armadas. E como se a ausência do voto já não fosse um ato extremamente anti-democrático, o governo perseguia quem fazia oposição a ele. Isso inclui os ''Comunistas Subversivos''. Foi a época em que o Brasil bateu recorde de Mortos/Presos/Desaparecidos Políticos. O que é típico da falta de liberdade e de democracia que ocorre nas ditaduras.

  Mas, isso não significava que só os militares mandavam no país. Havia muita influência dos civis. Claro que não era qualquer civil. No principal, os governadores de estado (também não eram eleitos pelo povo), os ministros e assessores. Eram todos civis. Mas, esses são os civis que apoiaram o golpe militar, na maioria participavam politicamente da antiga UDN e do PSD. Claro que os grades empresários também influenciavam nas decisões: Industriais, banqueiros, fazendeiros e executivos de multinacionais.

  Como eu disse, Castello Branco foi o primeiro ''presidente''. Claro que só foi porque era o líder do Golpe de Estado. E, com qualquer ditadura, o primeiro a se fazer foi tirar seus ''inimigos políticos'' da área de influência. Elaborou, então, uma lista de intelectuais que teriam seus direitos políticos abolidos. O primeiro da lista foi o líder revolucionário Luís Carlos Prestes mas, a lista também contava com nomes marcantes como João Goulart, Leonel Brizola, e JK. Quem não aceitou, e foi subversivo, ao Regime perdeu seu emprego e seus direitos de cidadão. Sindicatos foram invadidos pela polícia. Ligas Camponesas proibidas. Camponeses, estudantes, jornalistas, operários, professores foram presos por motivos políticos, muitas vezes acabavam mortos. Professores com ideias de esquerda foram demitidos das faculdades públicas, e muitos foram mortos na sala de aula, de frente aos alunos. A imprensa fora censurada, só se podia elogiar o governo. Nenhum grande empresário, banqueiro ou latifundiário foi espancado em uma delegacia. Estava claro quem a ditadura favorecia.

  Durante a ditadura houve uma falha tentativa de ''ajustar'' a economia. O plano, desastroso, fazia o preço aumentar mais que o salário. A lógica era de acordo a isso: Quando os salários aumentam, os empresários procuram compensar a despesa (são eles que pagam os salários) aumentando os preços; ora, se fizermos uma lei obrigando a conceder aumentos menores que a inflação, automaticamente os preços subirão menos. Desse modo, a inflação caiu, mas os salários dos trabalhadores também.

  Durante a ditadura foi imposta a Constituição de 1967, que foi elaborada por Castello Branco, e ''aprovada'' pelo Congresso. Seu corpo era composto por todas as medidas autoritárias tomadas desde o primeiro dia de golpe. Dizia que o presidente da República, os governadores dos estados e os prefeitos das capitais passavam a ser ''eleitos'' indiretamente. Na prática, esse ''indiretamente'' significava que não eram eleitos mas, sim, nomeados. Ninguém escolhia seu governante, aceitava-se um nome imposto pelos militares!

  Os partidos foram todos extintos. Não existia mais PSD, nem PT e muito menos o PCB. Só poderiam existir legalmente dois Partidos: Arena e MDB.  O primeiro, era a Aliança Renovadora Nacional. O Partido que apoiava a ditadura. O segundo, o Movimento Democrático Brasileiro (que gerou o PMDB), era o Partido que se opunha, mesmo que timidamente, à ditadura. Como diz a piada: ''O Arena é o Partido do sim, o MDB é o Partido do sim senhor''.

  A ditaDURA é uma assunto muito longo, que será completado amanhã, se gostou, aguarde o próximo post.




Por: Uriel Dias de Oliveira

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