segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Do trabalho assalariado.

  Vimos, nos outros textos, que a Produção no regime e a Monopolização dos meios de produção são duas características do regime capitalista. Sendo que, a terceira, é um reflexo de ambos as características - O trabalho assalariado.

  Sabemos que, os meios de produção são monopolizados, pelo que iremos chamar de burgueses, e esses possuem a propriedade privada, que caracteriza o meio de produção capitalista. Possui, pois, fábricas e máquinas trabalhando para ele. Os pequeno-artesãos e pequeno-agricultores que perderam seu espaço no mercado possuem agora duas opções: Ou trabalhar na casa de burguês e prestando serviços para outras pessoas, ou ir trabalhar para o burguês nas fábricas, tornando-se escravo do capital. Assim foi a origem do trabalho assalariado, a terceira característica do regime capitalista.

  O que é o trabalho assalariado? Antigamente, ainda nos tempos em que a escravidão tomava todo o globo, podia-se vender e comprar cada servo e cada escravo. Sim, eram seres humanos transformados em mercadoria pelos seus senhores. O escravo não era nada, além de uma mercadoria. De acordo com alguns historiadores, o Império Romano dividia as propriedades necessárias ao trabalho em: ''instrumentos de trabalho mudo'', ou seja, as coisas, ferramentas; os ''instrumentos de trabalho semi-mudos'', que seriam os animais irracionais necessitados, os bois, as vacas; e os ''instrumentos de trabalho falantes'' que são, por fim, os escravos. Tudo possuía o mesmo valor significativo - Tudo podia ser comprado, vendido e trocado.

  A diferença para o trabalho assalariado para o trabalho escravo é que o homem não é, propriamente, vendido ou comprado. Negocia-se, pois, a sua força de trabalho. O trabalhador assalariado é, portanto, livre. Não pode ser vendido, comprado ou obrigado à nada. Então, praticamente, o trabalhador aluga seus serviços em troca de um salário - Onde surge o nome, trabalhador assalariado. Seria essa uma liberdade? Como dizem os burgueses, ''Se não quiser, não trabalhe, ninguém te obriga'', e até mesmo insinuam que sustentam o trabalhador, dando-o condições de trabalhar para lucrar, dizendo que tanto operário quanto patrão estão no mesmo pé de igualdade.

  Conhecendo a verdade, é visível que nem operário nem patrão estão em mesmo pé de igualdade. O trabalhador está ligado ao capital pela necessidade. Necessidade de comer, de sobreviver, de sentir prazer... Isto que os faz trabalhar, isto é, vender a força de trabalho. Não há outra escolha para o pobre operário pois, é impossível para ele organizar sua própria produção, já que os meios já pertencem aos particulares.

  A liberdade que tem o trabalhador de vender sua força de trabalho e a liberdade que o patrão tem de comprá-las e essa ''igualdade'' que existe entre o patrão e o subordinado é uma cadeia do regime capitalista. Nessa cadeia, uma coisa depende da outra, uma não existe sem a outra. Pois, se uma deixar de existir, a cadeia cai. Por exemplo: Se o trabalhador para de vender sua força de trabalho, o patrão não pode comprá-la, e a suposta liberdade deixa de existir.

  No capitalismo, aquele que trabalha não possui nenhum meio de produção. Não pode, pois, utilizar da sua força de trabalho para si mesmo. E, para não morrer de fome, vende-se para um patrão. E, há o surgimento de outro mercado, além o de comércio de mercadorias, o mercado que os proletários (trabalhador assalariado) vendem sua força de trabalho. Chegando a conclusão de que, a própria força de trabalho se converte em mercadoria.

Por: Uriel Dias de Oliveira

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