segunda-feira, 22 de agosto de 2011

A ''humanidade'' do futuro.

Como quero fazer uma universidade de filosofia, por que não começar a filosofar antes? Desculpe-me se o texto está de difícil interpretação mas, certamente qualquer um consegue fazer uma interpretação análoga a sua realidade.


  Sempre que eu olho com os olhos de época longínqua para a atual, nada posso encontrar de mais singular ao homem hodierno que sua virtude e moléstia particulares, que são chamadas de ''senso histórico''. Na história existe uma isca de alguma coisa nova e estranha: que se dê a essa semente alguns séculos e talvez dela cresça uma planta maravilhosa com um odor muito agradável, de tal modo que nossa terra será mais habitável que nunca. É que nós, nós homens modernos, começamos a formar a cadeia de um sentimento que o futuro mostrará como muito forte, elo por elo, mas temos conhecimento do que elaboramos. Não nos parece que se trata de um novo sentimento , mas somente da diminuição de todos os sentimentos antigos: o sentido histórico é ainda tão pobre e tão frio e há homens que se arrepiam e se tornam mais pobres e frios ainda. Para outros é índice de senilidade que advém e nosso planeta lhe parece um melancólico doente que, para esquecer o presente, se põe a escrever a história de sua juventude. Efetivamente, eia aí um dos ângulos desse novo sentimento: aquele que sabe considerar a história do homem em seu conjunto, como sua história, sente-se uma enorme generalização, toda aflição do doente que sonha com saúde, do velho que sonha os sonhos de sua juventude, do amante privado de seu objeto de amor, do mártir cujo ideal é destruído, do herói que teve uma batalha indecisa, da qual guarda feridas e o desgosto da morte de um amigo. Mas portar essa soma enorme de misérias de toda espécie , poder suportá-la e ser o herói que saúda no segundo dia da batalha, à vinda da aurora, à vinda da felicidade, como homem que tem à frente e atrás de si, um horizonte de mil anos, sendo o herdeiro de toda nobreza, de todo espírito do passado, herdeiro engajado, a mais nobre entre as mais velhas nobrezas e, ao mesmo tempo, o primeiro de uma nobreza nova, que nenhuma época viu ou sonhou igual: tomar tudo em sua alma, o mais novo e o mais velho, as perdas, as esperanças, as conquistas, as vitórias da humanidade e reunir tudo isso em uma única alma, reuni-lo num único sentimento - isto certamente deverá produzir uma felicidade que o homem não conheceu até agora - a felicidade de um deus, cheios de poder e amor, cheio de lágrimas e de sorrisos (tal que é questionada sua existência, não é provada, nem menos desprovada)  , uma felicidade que como o sol da tarde, não cessaria de dar sua riqueza inesgotável para lançá-la ao mar e que, como o sol, não se sentiria mais rico do que quando o mais pobre dos pescadores remar com um remo de ouro! Essa divina seria a humanidade! E essa sociedade seria a racionalista! Usando sempre da razão como o primeiro algorítimo para garantir, de maneira apropriada, a constante evolução da humanidade, e de todas as espécies.

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